São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995 |
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Hawking acredita em "teoria de tudo"
HELIO GUROVITZ
Autor do best seller "Uma Breve História do Tempo", Hawking expõe essa crença em outro livro recém-lançado no Brasil: "Buracos negros, Universos-bebês. Nos 14 ensaios do livro há uma tentativa bem-sucedida de trazer para o leigo um pouco do sabor do trabalho de um físico teórico e de explicar, em linguagem corrente, o que fazem esses cientistas tidos como esquisitos. Os ensaios também apresentam a história pessoal de Hawking, condenado a viver entrevado numa cadeira de rodas por uma doença nos nervos, a esclerose lateral amiotrófica. O sucesso de Hawking como físico teórico coincidiu com o avanço da doença. Foi, de certa forma, sua maneira de se mostrar vivo. A importância pessoal que a física teve para ele talvez seja a razão para os exageros que Hawking comete ao apresentar a evolução dos conceitos físicos. Para o britânico, a humanidade está muito próxima daquilo que seria possível chamar "teoria de tudo", ou seja, uma fórmula matemática que sintetize o comportamento e conte toda a história -ou as histórias- do Universo. Nada menos que a compreensão de como tudo acontece, aconteceu ou acontecerá. Mesmo assim, parece ingênuo crer em tal descoberta. A história da ciência está cheia de exemplos de como cientistas precisaram fazer uma revisão total de conceitos depois de crer estar muito perto da verdade. Até Hawking já se desmentiu, quando mostrou que há radiações que saem dos buracos negros. Quando o próprio Hawking havia proposto a existência dos buracos negros, eles eram definidos como regiões do Universo de onde se acreditava que nada, nem mesmo a luz, poderia fugir. Ao rever seus próprios conceitos, ele comprova que, em ciência, ceticismo é como caldo de galinha. Não faz mal a ninguém. Livro: Buracos negros, Universos-bebês Autor: Stephen Hawking Texto Anterior: `Paternidade' rende milhões Próximo Texto: Revista "Science" publica pesquisas sobre criatividade feminina e lunar Índice |
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