São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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WALTER RODRIGUES

ERIKA PALOMINO

Do mesmo jeito com que aparece em todos os editoriais importantes das revistas de moda - neste mês está em seis páginas do número especial da revista "Vogue".
Foi sempre este o caminho do estilista. Desde que saiu da obscura cidade de Herculândia (SP). Criou-se em Tupã, onde lá mesmo, adolescente, entrou no mundo da moda trabalhando em vitrines.
Minucioso, desenvolvia seus looks e fazia questão de estar sempre ``com roupa boa". Para aprender o ofício, envolve-se com a técnica da alfaiataria que carrega até hoje.
Chega a São Paulo e se deslumbra com a vida noturna. Nos anos 80, tudo valia um modelo. No histórico clube Madame Satã, não se repetia roupa e o código era o comportamento e a extravagância de seu visual. WR respondia pelos seus.
Ganhou os dias e muito de sua tarimba como braço-direito de Clô Horozco, da marca Huis Clô -e dá todos os créditos a isso. Ao mesmo tempo, vivia a tempestuosa experiência da Cooperativa de Moda.
Era um grupo de assistentes que, juntos, pretendiam unir forças para o bem da moda em São Paulo. O resultado durou o suficiente para que começassem a bater cabeças os nomes de Walter e de Conrado Segreto -dono de talento brilhante e personalidade ``difícil".
Larga tudo pra lá. Apaixonado pela moda japonesa, tenta aplicar seus princípios na marca Satori; depois, faz estilo na Bicho da Seda e na Viva Vida. Até encarar o desafio da etiqueta com seu nome, há três anos.

Suaves reverências
O estilo Walter Rodrigues ele não define. Mas se aplica a uma mulher moderna com elegância. Sofisticada sem frescuras. Elegante sem exageros.
Como influências, um toque retrô, da inspiração da roupa e das mulheres dos anos 30, 40 e 50, em suaves reverências às formas clássicas de Dior e Balenciaga. Um quê de alta-costura com a agilidade e os preços acessíveis do prêt-à-porter.
O estilista cria para homens também, em peças que são puro hype entre os modernos da cidade, com ênfase no preto e na habilidade de combinar o fashion à discrição que pede a moda masculina.
O estilista prepara seu desfile de primavera-verão. ``Não quero ser moderno", explica. ``Quero resgatar uma elegância que considero perdida, fazer a mulher bonita", diz.
Adianta o desfile e revela: apronta uma série de pretinhos e cores como laranja, verde, marrom. ``Acho que estou no caminho certo."

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