São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995 |
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Arrogância
NELSON DE SÁ
Pois ontem o presidente do Supremo decidiu que era sério, sim. Na Record: - MP da desindexação é derrotada. ``Patrões e empregados não serão mais obrigados a recorrer ao mediador", detalhou o SBT. ``As empresas não precisam mais comprovar produtividade para dar aumento de salário", detalhou a Globo. No entender do presidente do Supremo, citado na Globo, ``a proibição interferia nas relações de trabalhadores e empresas". Quer dizer, livre negociação coisa nenhuma. À primeira vista, a derrota é o resultado de uma medida ``mal redigida", como citou o âncora Boris Casoy. O próprio âncora, no entanto, lembrou que vem ocorrendo uma grande e inesperada reação à medida provisória. O problema é que ``não se pode usar a desindexação como pretexto para reduzir salários", finalizou ele. Mais do que novo exemplo de uma redação equivocada, a medida da desindexação mostra um governo que se acreditava -ou que se acredita- capaz de quase tudo. Para Miro Teixeira, do PDT, que entrou com os pedidos no Supremo, a decisão aponta a inconstitucionalidade, não só da medida, mas ``da arrogância do governo". Governo que, no seu projeto de reforma da administração, como detalhou a Cultura, chega a determinar que funcionários públicos ``vão ser proibidos de fazer greve". Reprimir sindicatos começa a se revelar uma obsessão, para Fernando Henrique. Demissões Segue firme e forte, cada vez mais, o arrocho. ``O número de demissões no comércio aumenta em 50%", anunciou a Cultura. ``Construção civil demitiu 7.000 trabalhadores", somou a CBN. ``As construtoras já suspendem os lançamentos", acrescentou a Record. Atraso No empurra-empurra da luta por audiência, a Globo segurou a entrada do Jornal Nacional e o SBT adiou a saída do TJ em dez minutos, ontem. Texto Anterior: Liminar do Supremo barra 2 artigos da MP Próximo Texto: Governo muda MP após sentença definitiva Índice |
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