São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Centrais acham decisão correta

DA REPORTAGEM LOCAL

Sindicalistas ouvidos pela Folha consideraram positiva a decisão do presidente do STF, Sepúlveda Pertence, de suspender os dois itens da medida provisória da desindexação.
``O ministro Sepúlveda Pertence merece todo o nosso respeito. Tem todo o nosso apoio", afirmou o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
``O governo está viciado em MPs feita por tecnocratas e assinadas por acadêmicos, o que não é democrático. Queremos que ele retire a MP e discuta a livre negociação conosco", disse Vicentinho.
Para Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, diretor da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, as modificações são positivas. ``Isso já diminui as nossas reivindicações sobre mudanças na MP", disse.
Ele quer a retirada da MP da palavra ``aumentos" na frase ``nas revisões salariais na datas-base anual, serão deduzidas as antecipações e os aumentos concedidos no período anterior à revisão", contida na MP. Pede ainda mudanças em outros artigos.

Empresários
Segundo Celso Hahne, vice-presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Material Plástico), o STF agiu acertadamente porque as atribuições do mediador não estava bem definidas.
``Trata-se de uma novidade de difícil aplicação com a inflação nos níveis atuais porque os processos trabalhistas demoram cerca de um ano para serem concluídos", disse Hahne.
Na opinião dele, a MP vai sofrer muitas alterações antes de virar lei.
O empresário Giulio Lattes, diretor do departamento de Comércio Exterior da Fiesp, disse que é difícil comentar uma decisão do STF, mas que a mediação poderia ser uma fórmula útil e vantajosa nas relações trabalhistas.
``Se bem aplicada e entendida, a mediação poderia agilizar as divergências entre empregadores e trabalhadores", afirmou Lattes.
O empresário Roberto Ferraiuolo disse que respeita a decisão.

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