São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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MARANHENSES

FERNANDO ROSSETTI

A população de São Luís vive uma espécie de ``febre da SBPC", desde a semana passada. Todos querem participar do evento e ganhar os diplomas. Com isso, o material para inscrição esgotou antes do início do congresso.

No sábado, surgiu um câmbio negro de guias de banco para a inscrição, já com o carimbo da SBPC para legitimá-lo. Os cambistas, além de cobrarem até quatro vezes o valor da inscrição (de R$ 15), haviam falsificado o carimbo.

Às 4h45 da manhã deste mesmo sábado, três estudantes já estavam aguardando a abertura das inscrições, que só ocorreria às 10h.

As manifestações contra José Sarney, na abertura do Congresso, não foram registradas nos maiores jornais locais -nem no órgão informativo produzido pela SBPC.

Segunda-feira, no início do congresso, os quatro pesquisadores que debateriam o tema ``A Infância no Brasil" encontram, nas primeiras filas do auditório, cerca de de 50 crianças entre 10 e 12 anos.

Isso ocorreu porque duas professoras primárias haviam levado seus alunos ao evento. O problema foi resolvido com uma apresentação de um vídeo sobre o projeto Axé, de Salvador.

São Luís foi ``maquiada" para a realização do congresso. As ruas que ligam os principais hotéis ao campus da universidade tiveram ``operação tapa-buraco" semana passada, as guias foram pintadas e os canteiros receberam grama.

A mesa-redonda ``Mulher e Ciência" forneceu aos seus ouvintes dados inusitados: o modelo de DNA, que deu a James Watson e Francis Crick o prêmio Nobel, teria sido desenvolvido a partir de uma foto de DNA roubada de uma mulher.

Mais: fora a desinformação, houve muita reclamação sobre o machismo que não permite o acesso de mulheres às posições de chefia em universidades.

Também concorrendo ao prêmio de evento inusitado: ``O Escotismo na Filatelia e a 47ª Reunião Anual em São Luís".
(FR)

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