São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995 |
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SBT FAZ ENTRADA NO POLITICAMENTE CORRETO
BIA ABRAMO
A novela das oito do SBT -que não começou rigorosamente às 20h e sim às 20h10- traz de volta elementos que fizeram alguns dos maiores sucessos da Rede Globo. Como se não bastasse, os protagonistas de "Escrava Isaura", a novela mais exportada do principal concorrente, estão lá. A diferença é que, desta vez, Lucélia Santos e Rubem de Falco, são pai e filha e não senhor e escrava. Os primeiros 15 minuto, que apresentaram o contexto histórico-social da novela. Três cenas se alternavam com uma edição ágil, cortes rápidos e tensão dramática no ponto certo. Rio de Janeiro, 1872. Na calada da noite, uma milícia abolicionista liberta uma senzala (infelizmente, ao som de "Carmina Burana", mais que vulgarizada por propaganda de sabonete). Na corte, há um baile com d. Pedro 2º e da princesa Isabel, onde a presença do abolicionista mulato André Rebouças causa preplexidade e indignação. Em uma casa de jogos, o banqueiro Clóvis (Osmar Prado) aposta a posse de uma escrava. No dia seguinte (na novela), vão se mostrando os dramas humanos - e aí a coisa amorna. Júlia (Lucélia Santos, que só apareceu 20 minutos depois de começado capítulo, para aumentar o suspense) é uma mulher infeliz. O telespectador nem tem que ser muito esperto para perceber: basta o olhar "escrava Isaura" e o rosto vincado pelo sofrimento (e pela maquiagem). Pelas cenas seguintes, ficamos sabendo que o irmão, Juca (Guilherme Leme) foi viciado em jogo, repudiado pelo pai e está internado em um clínica para alcoólatras. O marido, Clóvis, é um canalha: infiel, jogador, pai ausente e homem de caráter fraco. Vários anzóis foram jogados no capítulo de hoje para manter o intresse do público. O problema é que são todos muito previsíveis. Se Júlia perdeu o filho em uma briga com o marido, como se explica o aniversário do filho? Será que a resposta está na personagem misteriosa vivida por Angelina Muniz, que faz uma comemoração solitária para o 'sinhozinho Maurício"? E por que a ex-atriz Pola (Bia Seidl) e o pobre, porém honesto contador Carlos (Jaime Periard) parecem se reencontrar no momento em que são apresentados? Se a idéia é resgatar fórmulas que já deram certo, parece que a emissora de Silvio Santos está no caminho certo. "Sangue do meu Sangue" mostra mais fôlego que as antecessoras "Érammos Seis" e "As Pupilas do Senhor Reitor". Texto Anterior: Polícia faz vistoria no teleférico de Campos Próximo Texto: Construtora ocupa terreno da prefeitura Índice |
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