São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 1995
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Cidade de Cunha é cercada por rios e herança colonial

CLAUDIO FAVIERE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A natureza foi generosa com Cunha. Nela existem centenas de cachoeiras, rios, riachos e ribeirões que formam as cabeceiras dos rios Paraitinga e Paraibuna.
Ambos se unem para formar o Paraíba do Sul, que banha várias cidades do Vale do Paraíba.
Entre as cachoeiras mais famosas, e acessíveis, estão a do Desterro, do Jericó, do Osmar Felipe, da Pimenta, do Mato Limpo e da Gabiroba.
Na arquitetura urbana destacam-se as igrejas da Matriz (concluída em 1731), do Rosário (também do século 18), o casarão que abriga o museu Francisco Veloso e a prefeitura, Casa do Artesão, Mercado Municipal e alguns casarões no largo da Matriz.
Também como herança da época colonial existe a fazenda Santana, ainda com senzala e moenda do início do século 19.
E é em Cunha que existe um dos mais refinados artesanatos em cerâmica do Estado, pela qualidade da argila e dos artistas.
Os maiores destaques são ceramistas do ateliê Suenaga e Jardineiro, Augusto Almada Campos, Leí Galvão, Luís Toledo, Mieko Ukeseki e Benedita Olímpia.
A cidade é calma. Não tem trânsito nem semáforo. Durante a semana, os restaurantes fecham cedo ou nem abrem. Não existe cinema e qualquer outra opção de lazer.
A recepção que a população tem dado aos eventos musicais eruditos do festival ``Acordes na Serra" -programação para o inverno deste ano- tem surpreendido os organizadores, pois os locais lotam apesar do pequeno apelo popular deste tipo de evento.
O secretário de turismo do município, José Mauro do Rego Veras, responsável por parte dos eventos da Festa do Divino (a Igreja é co-responsável) preocupa-se não apenas com o desenvolvimento do turismo, mas com o crescimento econômico.
A partir de 1968, com o asfaltamento dos 30 km que ligam Cunha a Guaratinguetá, houve um pequeno crescimento da população e a cidade chegou a ter 35 mil habitantes.
Assim é que Cunha, em função do isolamento, manteve as mesmas atividades econômicas da época colonial (pecuária, milho, feijão), não sofreu alterações significativas na área urbana e não foi vítima de devastações no meio ambiente. Uma raridade.

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