São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mogi Mirim está em uma posição cômoda

PEDRO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em 14 anos como técnico de futebol, é a primeira vez que passo por uma situação de tanta euforia ao comandar uma equipe. A campanha que o Mogi Mirim tem feito neste Campeonato Paulista é motivo de muita alegria para todos.
Quando assumi pela quarta vez em minha carreira o comando do Mogi, no segundo jogo do Paulista, não pensava em chegar a esse ponto em tão pouco tempo de trabalho. Estamos em uma posição cômoda na disputa por uma vaga à final.
O objetivo maior de todos era levar a equipe de volta à Serie A-1. Esse objetivo já foi conquistado com a boa campanha realizada durante os dois turnos da A-2 e, como ``prêmio", conquistamos uma vaga entre os times que disputam o título.
É interessante notar o desprezo que foi dado à Série A-2 do Campeonato Paulista. Eu considero o torneio como um estágio ou um vestibular para se disputar no próximo ano a divisão principal. Esse estágio foi maravilhoso para nós.
A boa campanha só serve como incentivo para que eu continue meu trabalho no Mogi Mirim, lutando para conseguir um lugar na final. As possibilidades são boas, mas ainda é muito cedo para pensar. É só continuar com a mesma união dos jogadores e com a mesma consciência que podemos chegar lá.
Aliás, união não falta entre os jogadores, a diretoria e a comissão técnica. Nosso elenco é formado por atletas muito simples e jovens. A maioria veio de outros estados e não está familiarizada com a disputa de um torneio tão difícil como o Campeonato Paulista.
Eles chegaram ao Mogi com muitas ilusões e conseguiram transformá-las em realidade em pouco tempo, com vontade de jogar bola e sem ``estrelismos".
Conseguiram assim levar o Mogi de volta à divisão principal do Campeonato Paulista e podem levar o time a um feito inédito: disputar uma final da 1ª divisão.
Muito se tem falado no esquema tático aplicado no Mogi Mirim. A equipe joga com três zagueiros e uma atacante. Os outros seis se revezam entre ajudar o ataque e a defesa. Isso deu muito certo pela disposição e compreensão dos jogadores.
Nas duas primeiras partidas das finais, contra Palmeiras e São Paulo, nós não conseguimos vencer. Mesmo assim, conseguimos ``envolver" os adversários e ter um maior volume de jogo. Nas partidas seguintes, os adversários entraram no esquema e conseguimos duas importantes vitórias.
O jogo de domingo contra o Guarani é muito difícil. O Mogi mantém um tabu de nunca ter perdido em Mogi Mirim para o time de Campinas. O tabu não fomos nós que fizemos. Além disso, o Guarani também tem chance de classificação e vai tentar tudo para vencer.
Com o poder de definição de Valdo, a armação do habilidoso Lino, um meio-campo extremamente criativo e uma defesa segura, nós vamos lutar muito para ir além do objetivo que já foi conquistado e realizar aquilo que ainda é um sonho para nós: disputar a final do campeonato mais difícil do país.

Texto Anterior: Sem táxis
Próximo Texto: Esperança
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.