São Paulo, domingo, 16 de julho de 1995
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País espera se tornar "top" em tecnologia

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil deve deixar a ``lista de preocupações" dos norte-americanos em questões de cuidados com armas e tecnologia de guerra tão logo o Congresso aprove projeto de lei que regulamenta a exportação dos bens sensíveis nessa área.
Os chamados bens sensíveis são aqueles que podem ter emprego bélico e contribuir para o desenvolvimento de armas de destruição de massa (nucleares, químicas e biológicas) ou de mísseis.
As Forças Armadas acham até que o Brasil pode adquirir o status de ``top" entre os países que usam tecnologia avançada em armamentos de guerra, o que facilitaria o seu desejo de integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
``Essa lei é vital para impedir as exportações de tecnologias adquiridas", disse à Folha o tenente-brigadeiro Sérgio Ferolla, diretor do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento do Ministério da Aeronáutica.
Sobre as armas de guerra, a maior preocupação das grandes potências é com a ``exportação" da tecnologia e serviço.
O país ou empresa que importa a tecnologia não pode repassá-la a nenhum outro país, principalmente aos que não têm ``autorização" (tratados sobre uso de armas).
Em junho, jornais dos EUA publicaram documentos sigilosos do presidente Bill Clinton criticando o Brasil por comprar da Rússia equipamentos para lançamento de foguetes e satélites.
Os americanos temem que o Brasil possa desviar a tecnologia adquirida ou mesmo melhorar a precisão dos equipamentos, o que tornaria os lançadores de satélite em lançadores de mísseis.
Sérgio Ferolla disse que a legislação brasileira hoje prevê apenas o controle e não a proibição da exportação dessas tecnologias.
A lei em análise bloqueia a exportação, estabelecendo desde multas e cassações de registro de empresas até a pena de reclusão de um a quatro anos para infratores.

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