São Paulo, domingo, 16 de julho de 1995 |
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Avon vende seus produtos até no `fim do mundo'
CRIS GUTKOSKI
O ``fim do mundo", no caso, são os grotões da região amazônica, onde os produtos da Avon chegam após longas horas de carro, avião, barcos e canoas. Cosméticos, roupas íntimas e produtos para a casa (como cortinas para banheiros) percorrem três dias de caminhão -de São Paulo a Belém (PA)- mais sete dias de barco -até Santarém (PA)-, mais 18 horas em outro barco -até Itaituba (PA)- e meia hora de avião -até os garimpos-, antes de ser vendidos. ``Todos os nossos lançamentos chegam aos recantos mais longínquos", afirma a gerente de vendas para a região amazônica, Graça Lima, 48, há 20 anos na Avon. O transporte por água faz parte do cotidiano das vendedoras, bem como caminhar pela mata. As vendedoras do norte do país têm um perfil específico, peculiar. ``Normalmente são mulheres abandonadas pelos maridos. Elas garantem a sobrevivência dos filhos e começam a descobrir que têm valor", diz a gerente. A maioria das vendedoras tem mais de 30 anos. Os ganhos mensais oscilam entre um e dois salários mínimos -R$ 100 e R$ 200. As que trabalham nos garimpos têm a chance de receber o pagamento dos clientes na forma de ouro ou pedras preciosas, o que se transforma em lucro extra. Os prejuízos, normalmente, são provocados por um tipo universal: o cliente que não paga. Texto Anterior: Mercado busca vendedor com novo perfil Próximo Texto: Insalubridade rende adicional de até R$ 40 Índice |
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