São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995
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Empresa nega responsabilidade

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas empresas contratadas para as obras no terreno que abrigava a antiga fábrica de Papel Simão negam a responsabilidade pela demolição do muro que desabou ontem matando sete pessoas.
O terreno é propriedade da empresa Arco-Íris Agropecuária Ltda, de Minas Gerais, que não foi localizada pela reportagem.
``Eram dois contratos. Nós cuidávamos da parte de trás, e a outra, da que caiu", disse Luiz Silva, gerente da demolidora Arcoenge. Ele não soube informar o nome da empresa atualmente responsável pela parte que desabou.
Já a Terramoto Construção e Comércio teria trabalhado no local apenas entre janeiro e março de 95. ``Estamos fora da obra há cinco meses, quiseram jogar a culpa em nós", disse o gerente administrativo, Luiz Kanashiro, 55
O alvará concedido pela Administração Regional do Ipiranga, autorizando a demolição, está em nome da empresa Arco-Íris e do engenheiro responsável, Daniel Fisherman Chazan.
Chazan foi procurado pela Folha entre 16h e 20h de ontem e não atendeu a reportagem. Uma pessoa identificada como Cláudio, que atendia aos telefonemas na casa de Chazan, disse que ele apenas providenciou a documentação para concessão de alvará.
Segundo Kanashiro, durante o tempo em que a Terramoto trabalhou no local, a demolição era acompanhada por um engenheiro da própria empresa, sem a fiscalização direta de Chazan.
Ele diz que a empresa foi contratada pela Rede Apoio (que fará a nova construção no terreno) e não teve contato com a Arco-Íris.
A assessoria da regional do Ipiranga afirmou que só fiscalizaria o trabalho caso a demolição não tivesse alvará. Para obter o documento, a empresa teve que comprovar a posse do terreno e apresentar o cadastro de Chazan como responsável. A regional diz que ele é cadastrado na prefeitura há mais de 25 anos.

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