São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995![]() |
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'O Chevette não existia mais'
AURELIANO BIANCARELLI; CHRISTIAN CARVALHO
O relato é do motorista Nilson Irineu dos Santos, que dirigia um caminhão-tanque. Foi salvo pelo caminhão do lado, um Mercedes vermelho que teve a cabine esmagada. Guido Mario Mazetto, o motorista do caminhão vermelho, morreu na hora. Santos disse que ainda tentou ajudar o motorista. ``O motor estava ligado, pensei numa explosão. Mas nem consegui chegar perto." A empresária Jaqueline Busch, 32, de Bauru, dirigia um jipe importado quando pegou a faixa da esquerda para fazer o retorno. ``Fui salva por acaso", conta. ``Me senti no meio de uma catástrofe." No mesmo carro estavam seus dois filhos. Dorinha, 10, atingida pelos vidros do carro, levou dez pontos no rosto. O irmão, Marcelo, 11, disse que saiu correndo, pedindo socorro. ``Vi a parede caindo. Só tive medo quando o jipe começou a balançar." Osvaldo Borges, 45, gerente de uma empresa de informática, conta que viu o paredão desabar na sua frente. ``Fechei os olhos e pisei no freio. Quando abri, o Chevette que estava à minha frente não existia mais." Marcos Tolgyesi, que estava sozinho no Chevette, foi retirado sem vida do carro. Dirce Sathiro Mizutani, 33, estava no banco de trás de outro Chevette. Entrou em estado de choque quando parte do capô do carro foi atingida pela parede. No carro estavam seus pais e uma prima. Ninguém se feriu. Um funcionário da empresa demolidora, que trabalhava na obra, tentou em vão remover um carro soterrado. O motorista da Brasília estava irreconhecível. (AB e CC) Texto Anterior: Empresa nega responsabilidade Próximo Texto: 'Só vi um muro caindo na gente' Índice |
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