São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995
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'Só vi um muro caindo na gente'

BETINA BERNARDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois feridos no acidente foram encaminhados para o hospital do Ipiranga. Júlio César do Carmo, 16, sofreu uma fratura no antebraço e escoriações no tórax. José Nilton Fernandes Pereira, 24, estava com uma fratura exposta no fêmur. Uma terceira pessoa, um homem ainda não-identificado, chegou morta ao hospital.
Júlio do Carmo estava em um caminhão Fiat com o irmão, Carlos Aparecido do Carmo, 18, e um vizinho, Márcio, de 15 anos. Eles levavam um carregamento de pedras para São Bernardo do Campo.
``Meu irmão estava dirigindo, meu colega estava no meio e eu, na ponta", disse Júlio. ``O caminhão estava andando e, de repente, só vi um muro caindo na gente".
Júlio conta que após a queda do muro não viu mais nada. ``Senti que me tiraram do caminhão, mas não sei o que aconteceu com meu irmão e com o Márcio."
O pai de Júlio, o motorista de caminhão Aparecido do Carmo, foi informado no 17º Distrito Policial que seu outro filho, Carlos, e o amigo dele de 15 anos estavam mortos. Aparecido entrou em choque. Só gritava e chorava de desespero. ``Por que eu fui comprar aquele caminhão?", repetia.
O outro ferido, José Pereira, contou que estava parando no semáforo quando o muro caiu. ``Meu primo estava dirigindo e não sei o que aconteceu com ele", disse. ``Só acordei no hospital e lembro apenas das pedras caindo."

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