São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Governo aposta no capital privado

JOÃO OSWALDO LEIVA FILHO
DA REDAÇÃO

O governo aposta na entrada de recursos da iniciativa privada para ampliar os investimentos no setor. ``A participação é bem-vinda", diz Paulo Ribeiro Pinto, diretor da Eletrobrás.
Para Ribeiro, as restrições a essa entrada serão superadas. ``Vivemos uma fase de transformação. A Lei de Concessões (que permite entrada de capitais privados em serviços públicos) ainda está sendo digerida."
Para atrair os empresários, o governo lança em setembro editais para construção de sete hidrelétricas. O plano 1995-2004 já previa a construção de seis usinas por meio de consórcios.
A usina de Igarapava (MG), primeira a ser construída em consórcio com o setor privado, deve ser acionada no fim de 97.
Orçada em US$ 270 milhões, a hidrelétrica de 210 mw (megawatts) terá participação da Cemig (14,5%), Grupo Votorantim (20%), Companhia Vale do Rio Doce (35%), Eletrosilex S/A (13%), Grupo Bozano Simonsen (11,5%) e Companhia Siderúrgica Nacional, de Lafaiete, Minas (6%).
A entrada da iniciativa privada no mercado também passa pela privatização de empresas.
No último dia 11, a Escelsa, do Espírito Santo, foi vendida por R$ 358 milhões. A empresa tem potencial de geração de energia de 174 mw (megawatts), 0,3% do total nacional.
A Light, do Rio, será a próxima empresa a ser privatizada.
Entre as alternativas em estudo para ampliar o fornecimento de energia estão a interligação dos sistemas Norte-Nordeste e Sul-Sudeste (inclui Centro-Oeste) e o gasoduto Brasil-Bolívia.
Hoje, os principais sistemas não se comunicam. A energia gerada no Pará, por exemplo, não chega a Santa Catarina.
O gasoduto ampliaria a capacidade de geração por meio das usinas termelétricas.
(JOLF)

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