São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Aliados de Collor planejaram prisão

XICO SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL

A ``tropa de choque" ou ``esquadrão da morte", como era chamado o grupo de aliados do governo Collor durante o processo de impeachment, chegou a planejar, com o então presidente, a prisão de PC Farias em 1992.
Seria uma forma de tentar salvar o mandato do então presidente, responsabilizando o empresário pela situação. Só deu errado no momento de consultar o próprio PC sobre o plano.
Sondado a respeito da estratégia, o ex-tesoureiro da campanha eleitoral de Collor esbravejou e enviou um bilhete desaforado ao Palácio do Planalto. Os irmãos de PC também reagiram.
Naquele momento, quando explodiam acusações diárias contra PC na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o seu envolvimento com o governo, a relação dele com o ex-presidente passou por dias complicados.
Esse é um dos capítulos dos bastidores do Collorgate, segundo apurou a Folha, que compõem o arquivo de PC, que será transformado em livro de memórias, possivelmente no próximo ano.
O empresário nega que possua o tal arquivo de informações. Segundo ele, a relação com o ex-presidente é de amizade, como sempre.
PC relata que a sua mulher, Elma Farias, é que não podia nem ouvir falar em Collor. Desde o tempo em que o ex-presidente era governador de Alagoas (1987-89).
Outra tentativa dos aliados de Collor, também ocorrida na efervescência do Collorgate, foi uma proposta para que PC assinasse uma nota na qual diria ser o único culpado pelo caso e que teria agido sem autorização do presidente.
A tentativa também foi frustrada. A idéia nem sequer chegou ao empresário. Esbarrou no advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defendia PC na época, e na família Farias.

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