São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Investimento empata com o de 94

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar do avanço do governo nas reformas constitucionais e do controle inflacionário após 12 meses do Real, o aumento do ingresso de capital externo produtivo no país continua sendo apenas uma promessa.
Nos primeiros seis meses do governo Fernando Henrique Cardoso, o Banco Central contabilizou o ingresso de R$ 1,23 bilhão em dinheiro estrangeiro direcionado à produção: investimentos de multinacionais e criação de novas fábricas, efetivamente capazes de gerar empregos.
É um número praticamente idêntico ao R$ 1,21 bilhão obtido no primeiro semestre de 1994, quando a inflação beirava os 50% mensais e o presidente Itamar Franco defendia os monopólios estatais e não mostrava simpatia pelas privatizações.
Os números do primeiro semestre não sustentam a avaliação otimista feita por FHC no aniversário do real, mês passado: ``Os investimentos estrangeiros estão voltando para o Brasil, para ampliar as fábricas aqui existentes ou para criar novas fábricas".
Em pronunciamento na TV, FHC disse que ``no segundo semestre nós já vamos sentir os efeitos dessas reformas (a quebra dos monopólios)", prometendo a criação de mais empregos.
O volume de capital produtivo externo recebido pelo país é modesto se comparado, por exemplo, ao que os investidores internacionais aplicaram nas Bolsas de Valores.
Foram R$ 8,849 bilhões aplicados de janeiro a junho deste ano. Como se trata de um investimento volátil, sensível a qualquer mudança econômica, R$ 9,580 bilhões foram remetidos de volta ao exterior no mesmo período.
Já com o capital produtivo o resultado é o seguinte: R$ 1,374 bilhão ingressou no país e R$ 144 milhões foram remetidos de volta.

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