São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995 |
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Filho de Alencar exclui Covas
AZIZ FILHO
O encontro, no Palácio Laranjeiras, reuniu cinco governadores e dois vices, todos de Estados prejudicados pelo artigo 155 da Constituição, que veda a cobrança de impostos estaduais sobre a venda interestadual de energia e petróleo. Os principais articuladores do encontro foram os governadores do Rio e do Paraná, Jaime Lerner (PDT). O pedetista foi acionado uma semana antes por Marco Aurélio, que telefonou para o Paraná com informações de que o Estado seria o mais prejudicado pelo dispositivo constitucional, seguido pelo Rio. Marco Aurélio disse à Folha, na última quinta-feira, que convenceu seu pai e o governador do Paraná de que a melhor estratégia seria deixar Covas para um segundo encontro. Estratégia Na avaliação de Marco Aurélio, melhor seria a presença de Covas na frente de governadores depois que ele estivesse convencido de que seu Estado perde arrecadação com as fraudes facilitadas pelo artigo 155. Quem ganha, segundo o secretário, são grandes industriais que simulam compras interestaduais para fugir do pagamento do ICMS. Sem esse ``convencimento", a desconfiança de Covas em relação à intenção dos colegas poderia prejudicar o primeiro encontro, tornando-o mais tenso. O próximo passo dos Alencar -pai e filho- é acalmar os ânimos de Covas, que deverá recebê-los amanhã. Querem que Covas participe da próxima reunião (7 de agosto, em Belo Horizonte) convencido de que São Paulo ganhará com a mudança no artigo. Conciliação A ação conciliatória que Alencar passou a adotar em público para minimizar os efeitos do encontro destoa do ânimo dos colaboradores mais próximos do governador. É intensa no governo estadual a irritação com as críticas dos paulistas ao comportamento de Alencar na disputa pela instalação da fábrica de caminhões da Volkswagen. O principal argumento dos auxiliares de Alencar é que São Paulo só chegou ao atual estágio de desenvolvimento graças aos incentivos fiscais que adotou para atrair investimentos, principalmente de montadoras. Um profissional de marketing que assessora o governo do Rio disse que o episódio do encontro dos governadores contribuiu para o objetivo de Alencar de projetar sua imagem no cenário político nacional. Efeito FHC Apesar de alguns assessores comemorarem o efeito político do bate-boca entre paulistas e fluminenses, Alencar quer colocar um ponto final na disputa. Ele teme que o presidente Fernando Henrique Cardoso tome partido de Covas. Alencar considera o entrosamento com FHC ponto crucial de sua administração. Texto Anterior: Governadores querem manter incentivos Próximo Texto: Isenção permite preço menor Índice |
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