São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Ingredientes

LUCIO COSTA

1º) Conquanto criação original, nativa, brasileira, Brasília -com seus eixos, suas perspectivas, sua ``ordonance"- é de filiação intelectual francesa. Inconsciente embora, a lembrança amorosa de Paris esteve sempre presente.
2º) Os imensos gramados ingleses, os ``lawns" da minha meninice -é daí que os verdes de Brasília provêm.
3º) A pureza da distante Diamantina dos anos 20 marcou-me para sempre.
4º) O fato de ter então tomado conhecimento das fabulosas fotografias da China de começo de século (1904) -terraplenos, arrimos, pavilhões com desenhos de implantação-, contidas em dois volumes de um alemão cujo nome esqueci.
5º) A circunstância de ter sido convidado a participar, com minhas filhas, dos festejos comemorativos da Parson School of Design de Nova York e de poder então percorrer de ``Greyhound" as auto-estradas e os belos viadutos-padrão de travessia nos arredores da cidade.
6º) Estar desarmado de preconceitos e tabus urbanísticos e imbuído da dignidade implícita do programa: inventar a capital definitiva do país.

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