São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Maioria dos eleitores ignora eleição de 96

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa Datafolha aponta que a maioria absoluta dos eleitores de nove capitais não sabe que haverá eleição para prefeito em 96.
Em 11 das cidades pesquisadas, a exceção foi registrada no Rio de Janeiro (56% dos entrevistados estão informados sobre o fato) e em Porto Alegre (61%).
O maior nível de desinformação é entre os eleitores de Belo Horizonte (69%) e Fortaleza (68%). Eles são seguidos pelos que moram em Curitiba (62%), Florianópolis (62%) e Salvador (60%).
Essa taxa se reduz em Goiânia (57%), Campo Grande e Recife, onde a falta de conhecimento atinge 53% dos entrevistados.
São Paulo
Em São Paulo, a desinformação atinge o nível de 59%. Isso, naturalmente, leva a outro dado constatado pela pesquisa: 69% dos paulistanos não têm candidato para a prefeitura da cidade.
Mesmo entre os 31% que, na pesquisa espontânea (sem apresentação de nomes), mencionam um candidato, revela-se a falta de conhecimento sobre a eleição.
Paulo Maluf (PPR), o atual prefeito, é citado como o preferido por 10% dos eleitores. Mas Maluf só poderá ser candidato se houver mudança na legislação e for aprovada a reeleição.
Também foram mencionados o senador Eduardo Suplicy (3%), o presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva (2%), o governador Mário Covas (2%), o ministro do Planejamento, José Serra (1%), e o apresentador Silvio Santos (1%). É pouco provável que algum deles se lance candidato.
Entre os políticos que já declararam a intenção de disputar a sucessão de Maluf, apenas dois são citados na resposta espontânea: Francisco Rossi (PDT), com 3%, e a ex-prefeita Luiza Erundina (PT), com 2% (leia entrevista com a petista à pág. 1-4).
A pesquisa do Datafolha constata cientificamente o que é comentado no meio político paulista: não surgiu até agora nenhum candidato que possa ser apontado como favorito para começar a campanha.
A indefinição é total nos principais partidos. No PSDB, por exemplo, arriscam-se nas articulações apenas nomes considerados de fôlego duvidoso para uma corrida majoritária. São os casos dos tucanos Emerson Kapaz, Arnaldo Madeira e Zulaiê Cobra Ribeiro.
Situação talvez pior é a do PPR, principalmente a de Maluf. Sem um candidato natural forte no partido, o prefeito está tentando, até agora sem sucesso, conseguir fora da legenda um aliado que o represente na eleição e, em caso de vitória, fortaleça sua sonhada campanha presidencial.
No PMDB paulistano, sob controle total do quercismo, o único nome que se apresentou para a disputa, até agora, é o do deputado federal Carlos Apolinário.
Evangélico, Apolinário quer dividir o eleitorado religioso de Francisco Rossi. Antes, o peemedebista talvez tenha que superar internamente o também deputado federal José Aristodemo Pinotti, possível postulante à prefeitura.
A aposta mais provável dos setores conservadores na eleição, hoje, é o senador Romeu Tuma (sem partido).
Ele poderá se candidatar por um coligação que teria, entre outras legendas, PFL e PTB.

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 22 de julho. Foram entrevistadas 5.152 pessoas em 11 capitais.

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