São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Arapuã `ligadona' em eletrodomésticos

DA REPORTAGEM LOCAL

Tendência da empresa é apostar na especialização para ganhar participação de mercado
A estratégia da Arapuã, empresa do grupo Fenícia, para ser a companhia de comércio mais rentável é baseada na especialização na venda de eletrodomésticos, na descentralização da gerência das lojas e na informatização de toda a rede de varejo.
João Alberto Ianhez, diretor de relações públicas da Arapuã, conta que a empresa, fundada em 1950, percebeu a tendência de especialização em linhas de produtos no início da década.
Começou, então, a eliminar de suas lojas a venda de móveis, o ramo ``mole" do comércio. Nesta época, os móveis representavam 20% do faturamento da Arapuã e ocupavam 50% da área total de venda.
O passo seguinte foi descentralizar a administração, dando maior poder de decisão às oito diretorias regionais, divididas pelos 19 Estados em que a empresa atua.
``As diretorias ganharam maior autonomia, inclusive para a compra de produtos regionais, e ganharam agilidade para competir com os seus concorrentes locais", diz Ianhez.
As compras de eletrodomésticos, no entanto, continuam centralizadas na matriz, em São Paulo.
Para aumentar a produtividade por metro quadrado, a Arapuã investiu em informática e no treinamento de seus 4.500 funcionários, divididos em 235 lojas.
``Implementamos a operação sem papel e ``on-line (em tempo real)", afirma o diretor da Arapuã.
Pelo sistema ``on-line", o vendedor pode consultar rapidamente no computador o cadastro do cliente, o estoque da loja ou do depósito e negociar as condições de preço e prazos de pagamento.
Segundo Ianhez, no final da venda, o cliente recebe a nota fiscal e o carnê.
Ianhez afirma que, com a informatização, o tempo de uma operação de venda ficou 50% menor do que o gasto em uma transação convencional.
O Plano Real também ajudou no resultado positivo da companhia, que hoje detém cerca 15% da venda de varejo de eletrodoméstico. Além o primeiro lugar no ranking das empresas de comércio mais rentáveis, a Arapuã foi considerada a segunda melhor companhia no ano passado, atrás apenas da Votec, segundo o Datafolha.
O faturamento de 1994, de US$ 78 milhões por exemplo, é 30% maior do que o registrado em 1993.
Ianhez afirma que, para este ano, a previsão da empresa é de crescer outros 30% sobre o faturamento de 1994.
``Com o Real, aumentamos os nossos prazos de financiamento e passamos a vender mais para uma parcela que estava fora deste mercado, por não ter dinheiro para comprar à vista", diz Ianhez.
A consequência, diz o diretor da Arapuã, é que as vendas de eletrodomésticos cresceram e o financiamento, que representava 30% do montante de vendas, passou para 65% deste total.
Agora, com as medidas de restrição ao consumo adotadas pelo governo no início do ano, as vendas a prazo representam 60% do total comercializado pela Arapuã. Ianhez lembra que a empresa foi a primeira loja a trabalhar com a venda a prazo, em 1967.
``Temos experiência neste tipo de venda e, por isso, a inadimplência (atraso de pagamento) não está nos atrapalhando", afirma Ianhez.
Neste ano, a Arapuã está investindo US$ 10 milhões divididos entre informática, reformas e lojas novas. A empresa também está concluindo o processo de modernização do layout (visual) de suas lojas.

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