São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Concorrência estimula Borlem

JOAQUIM FERREIRA

Fabricante de rodas para as montadoras, empresa faz um `raio x' na produção para ganhar rentabilidade
A Borlem optou pela prática de preços internacionais como estratégia de crescimento a partir da abertura da economia iniciada com o Plano Collor.
Em 1992, a única fabricante de rodas de aço e alumínio com capital aberto decidiu mudar sua mentalidade administrativa.
A partir daí muita coisa mudou na empresa, diz o diretor financeiro Antonio Carlos Bento de Souza. ``Para ser competitivos, tínhamos de perseguir os ganhos de escala e ter padrão de custos", diz.
A empresa decidiu, então, conhecer os componentes de sua rentabilidade e passou a apurar os resultados por produto. Com estes dados, a Borlem direcionou a atenção para as áreas com resultados menos satisfatórios. Os ganhos começaram a aparecer.
As vendas, em 1994, somaram 3,2 milhões de peças e a rentabilidade sobre o patrimônio líquido alcançou 30,4% -o maior índice entre as empresas mecânicas.
Souza atribui o bom desempenho ao trabalho constante em busca da melhoria da qualidade, ao programa de redução de custos e ao crescimento da economia possibilitado pelo Plano Real.
``Nos preparamos há um ano para a ISO 9001 (certificado internacional de qualidade)", diz.
A contenção de custos já inclui até papel. A empresa tem um correio eletrônico (troca de informação por computador), acessado por 400 usuários, que permite agilizar a comunicação e economizar formulários.
Agora, a Borlem está reavaliando sua estratégia. A empresa está preocupada com o refluxo da montadoras e do setor rural.
A indústria de tratores, que estimava produzir 35 mil unidades este ano, reavaliou para 25 mil unidades.
Como reflexo, os trabalhadores da linha de rodas para tratores e máquinas agrícolas estão em férias coletivas.
``Planejamos crescer 38% neste ano, mas não vamos conseguir, pois estamos ligados por um cordão umbilical às montadoras".
O plano de investir de US$ 9 milhões foi revisto. Souza diz que nenhum grande gasto será efetuado sem que a empresa tenha dinheiro em caixa.

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