São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Testemunha de Vigário Geral reconhece ex-PM

DA SUCURSAL DO RIO

Uma testemunha da chacina de Vigário Geral reconheceu ontem um ex-policial militar como o comandante do crime.
A chacina ocorreu na favela de Vigário Geral (zona norte do Rio), em 1993. Um grupo de matadores assassinou 21 pessoas.
J.I., 41, e U.S., 39, testemunhas da chacina, foram ouvidos pela juíza Maria Lúcia Capibaribe, do 2º Tribunal do Júri, no Fórum do Rio. Também foram ouvidos cinco ex-PMs acusados da chacina.
I. afirmou ter reconhecido por fotografia o ex-cabo Claudio Fialho Vargas, o "Claudio Russão" (já morto), que teria ordenado os assassinatos.
Segundo I., Russão teria dito aos matadores que não deixassem ninguém vivo. Na noite da chacina, I. e S. estavam em bar, onde parte das vítimas foi assassinada.
I. foi baleado pelo grupo de matadores e se fingiu de morto. S. disse que estava de costas e não viu o rosto de Russão.
Esses 17 presos integram os 33 acusados detidos após investigações iniciais sobre a chacina.
Em julho, os 17 presos foram novamente interrogados e acusaram outras pessoas pela chacina, a maioria policiais e ex-policiais.
Na sexta-feira, a juíza ouvirá em sessão secreta fitas cassete, gravadas na prisão pelos 17 réus que se dizem inocentes.
Nelas, haveria conversas com os ``verdadeiros" autores da chacina e detalhes sobre os crimes.
Em seu depoimento, Costa desmentiu as acusações feitas contra ele. O ex-sargento é apontado como um dos ``verdadeiros" autores da chacina e de ter jogado na baía de Guanabara, após o crime, as armas usadas no crime.
Ele afirma não ter conversado sobre a chacina com os demais presos, quando todos estavam detidos juntos na Polinter, no Rio.

Texto Anterior: Leitoras dizem que valor de convêni é alto
Próximo Texto: Filho é acusado de matar mãe com 20 facadas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.