São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
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Banco Central eleva a cotação do dólar

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central elevou os limites de variação do dólar de R$ 0,933 para compra e R$ 0,937 para venda na sexta-feira passada para R$ 0,935 e R$ 0,938, respectivamente, ontem.
Há uma enxurrada de dinheiro externo no mercado financeiro. O saldo de entrada menos saída bate recordes diários. Os recursos estão sendo atraídos pelos elevados juros domésticos.
A rentabilidade das aplicações financeiras faz também com que os exportadores procurem fechar rapidamente seus contratos de câmbio. Há saldo positivo no fechamento do dólar comercial (exportações menos importações) e no financeiro (entrada menos saída de dinheiro externo). O saldo total este mês até o dia 24 atingiu US$ 3,38 bilhões.
A média diária de importações em junho era de US$ 200 milhões, caindo para US$ 140 milhões neste mês até o dia 24. A média diária de exportações aumentou de US$ 207 milhões em junho para US$ 244 milhões neste mês até o dia 24.
Ontem, o Banco Central precisou comprar dólares para segurar as cotações, já que é forte a pressão de venda da moeda norte-americana.
O mercado futuro está revendo o cronograma de queda das taxas, repercutindo declarações do presidente Fernando Henrique de que os juros vão permanecer elevados por mais algum tempo.
As estimativas de rentabilidade do mercado futuro para agosto passou de 3,96% ao mês no dia anterior para 3,98% ontem.
O Banco Central desistiu ontem de retirar do mercado R$ 8 bilhões por meio da venda de BBCs (Bônus do Banco Central). O governo pretendia alongar os prazos de colocação de 35 para 49 dias. Segundo dirigentes financeiros, o BC suspendeu o leilão, uma vez que não havia vencimentos (necessidade de pagar compromissos hoje).
Os juros altos desestimulam as operações em Bolsa de Valores. O volume de negócios é declinante. O índice da Bolsa paulista ficou praticamente estável ontem com alta de 0,46%.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,136%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,63% para dias úteis, projetando rendimento de 4,02% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,64% ao mês, com rendimento de 4,03% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,6517%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 34% e 57,60% ao ano. CDBs pós-fixados para 184 dias entre 15,5% e 16,5% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,42% ao mês, projetando rentabilidade de 4,62% no mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 58,7% e 122,7% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,88% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 0,46%, fechando com 39.179 pontos e volume financeiro de R$ 158,61 milhões. Rio: valorização de 0,5%, encerrando a 18.138 pontos e movimentando R$ 66,80 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou com 4.714,45 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.572,90 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 16.148,40 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,935 (compra) e R$ 0,936 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,932 (compra) e por R$ 0,934 (venda). ``Black": R$ 0,915 (compra) e R$ 0,925 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,924 (compra) e R$ 0,928 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,915 (compra) e R$ 0,935 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,43%, fechando a R$ 11,48 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 24 de julho foi positivo em US$ 1,656 bilhão. As entradas financeiras foram maiores que as saídas de dólares em US$ 1,726 bilhão. O saldo total está positivo em US$ 3,382 bilhões.

No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5868 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3935 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 87,50 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para julho fechou a 4,01% no mês e para agosto a 3,98% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para agosto ficou a 39.300 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para julho fechou a R$ 0,938 e a R$ 0,954 para agosto.

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