São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
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Mais uma sugestão

THALES DE MENEZES

Na semana passada, esta coluna comentou o programa de treinamento dos tenistas juvenis suecos, destacando vantagens inegáveis e sugerindo sua adoção no Brasil.
No entanto, a preparação sueca não é a única experiência bem-sucedida no gênero. Merece destaque também a iniciativa alemã para transformar a molecada local em novos Boris e Steffis.
Lá o tênis foi adotado no currículo oficial das escolas. Todos os estabelecimentos de ensino foram convidados a construir quadras. Algumas, aliás, causariam inveja em muito clube grã-fino.
Lógico que já deve ter gente gritando que é uma loucura pensar em algo parecido no Brasil. Será?
Tudo bem que no país falta até carteira para o garoto estudar, mas a construção de quadras nas próximas escolas a serem erguidas poderia ser um salto qualitativo no tênis nacional.
Se nas escolas não dá, por que não incentivar a construção de quadras públicas em parques e praças? Foi isso que fez o tênis deixar de ser um esporte de elite nos Estados Unidos.
A questão tem que levar muito em conta o lado prático. Existem algumas quadras nos centros esportivos mantidos pela Prefeitura de São Paulo, é verdade, mas não são utilizadas como deveriam.
Em primeiro lugar, quase todas são de saibro. Esse tipo de quadra requer uma conservação constante. Com isso, sua manutenção é cara demais ou, pior, nem é feita, deixando várias quadras abandonadas pela cidade.
O ideal seria construir quadras de pisos sintéticos, de conservação mais barata, ou então quadras de cimento. Em São Paulo chove muito, e a quadra de saibro fica impraticável por algum tempo depois de encharcada. No cimento, basta um rodinho e tudo bem.
Está certo que o cimento não é bem o piso ideal para o tênis, porque o impacto força muito as articulações do atleta, mas é melhor uma quadra de cimento do que quadra nenhuma. Existem até torneios disputados nesse piso.
Mas ter a quadra não basta. É necessário ter professores ou monitores para guiar os interessados no esporte. E, fundamental, é preciso equipamento. Como nas quadras públicas francesas, nas quais existe sempre um quisoque que empresta raquetes e bolinhas.
Fica então mais uma sugestão para melhorar o nível dos tenistas brasileiros. Como sempre, é um projeto de longo prazo. Difícil é encontrar alguns patrocinadores dispostos a investir.

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