São Paulo, quarta-feira, de dezembro de |
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Exército veta investigação sobre mortes
RUI NOGUEIRA
A investigação é considerada ``revanchista" pelo Exército. Nas reuniões entre o ministro Zenildo de Lucena e seus auxiliares, na semana passada, considerou-se que a apuração só poderia acontecer se o Congresso revogasse a Lei da Anistia, de 1979. Nos cenários delineados pelos militares, o da investigação é considerado o pior. O cenário ideal prevê que o governo e o Congresso consigam aprovar o mais rápido possível o reconhecimento de uma lista dos mortos e a indenização, e o assunto suma da mídia. Os militares não se opõem a que novos nomes de desaparecidos ou mortos sejam incluídos na lista. Para eles, essa atribuição é de exclusiva competência do Ministério da Justiça. Há um cenário intermediário levantado nas reuniões das Forças Armadas: a previsão de que os familiares dos militares mortos em confronto com a esquerda também recorram à Justiça, reivindicando indenizações iguais às conseguidas pelos familiares dos desaparecidos políticos. Na visão do Exército, com o reconhecimento dos mortos e a indenização dos familiares o ``jogo fica empatado". A Folha apurou que a questão dos desaparecidos é comparada a um iceberg (bloco de gelo flutuante em que a parte submersa tende a ser pelo menos dois terços maior do que a parte visível) entre auxiliares do ministro. Seguindo essa comparação, o Exército admite que o problema seja tratado até um determinado limite -a parte visível do iceberg. A tentativa de puxar à tona a parte submersa poderia trazer surpresas difíceis de controlar. Oficialmente, o Exército disse que todos os documentos relativos à repressão aos movimentos guerrilheiros foram encaminhados ao Ministério da Justiça em 1992. Texto Anterior: PFL prepara estudos criticando os juros e a lentidão da privatização Próximo Texto: Brasil procura superar "solução final" Índice |
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