São Paulo, sábado, 29 de julho de 1995 |
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Para parlamentares, ausência de de deputado é exemplo de desprezo
CARLOS MAGNO DE NARDI
Para a comissão organizadora da reunião, aberta ontem em São Paulo, o ``desprezo" de Luís Eduardo é um exemplo do desrespeito e da discriminação à mulher na América Latina. A afirmação foi feita durante o discurso da deputada federal Marta Suplicy (PT-SP) e reiterada depois por toda a comissão organizadora. O problema foi gerado porque Luís Eduardo havia confirmado presença e, 15 minutos antes do início do evento, comunicou por telex que estava impedido de ir. Marta Suplicy disse que ``é difícil aceitar as explicações do presidente da Câmara". E completou: ``Agora ele poderá entender que a ira das mulheres talvez seja maior do que a ira paterna". Luís Eduardo, filho do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), estava no Rio para participar de homenagens ao pai. A principal crítica das parlamentares é que, durante eleições, os políticos procuram o voto das mulheres e depois se esquecem de participar das discussões para melhoria das condições da mulher. Conferência mundial O objetivo da 5ª Reunião da Comissão Especial da Mulher do Parlatino é discutir a discriminação da mulher na América Latina. Ao final do encontro, hoje, será apresentado um documento a ser entregue como a posição das parlamentares para a 4ª Conferência Mundial da Mulher, promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro na China. Com a colaboração de mulheres parlamentares de 16 países latino-americanos, 20 deputadas federais brasileiras, deputadas estaduais e vereadoras, o documento a ser elaborado pretende apontar formas de combate à discriminação da mulher. A meta é a apresentação de propostas jurídicas, políticas, sociais e filosóficas que possam combater as mais variadas formas de discriminação encontradas no continente e no mundo. Segundo Milagro Diaz de Arriba, senadora na República Dominicana, os principais problemas da mulher hoje no mundo são a violência, a discriminação, o desprezo governamental pela saúde da mulher na geração de filhos e as desigualdades no mercado. Texto Anterior: Weffort critica fim de incentivos Próximo Texto: Discriminação pode ser positiva Índice |
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