São Paulo, sábado, 29 de julho de 1995
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Exame não constata câncer em advogado

DA REPORTAGEM LOCAL

Um exame preliminar do IML (Instituto Médico Legal) não constatou câncer na garganta ou no esôfago do advogado José Francisco da Silva, 68. O IML ainda fará exames complementares para confirmar a ausência da doença.
A.F.T., 15, filho do advogado, assumiu o crime em depoimento à polícia anteontem. Ele disse que aliviou o sofrimento do pai, que desconfiaria ter câncer.
O delegado Osmar Ribeiro Santos, 35, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disse que requisitou o prontuário médico do advogado no Hospital Oswaldo Cruz.
O prontuário pode provar se algum exame constatou câncer em Silva. Nenhum dos médicos consultados por Silva diagnosticou a doença do advogado.
O delegado aguarda a conclusão dos laudos do IML para saber se Silva tinha outra doença. Segundo familiares, Silva sofria crises de azia, tosse e falta de ar.
O advogado de A.F.T., José Carlos Dias, 56, afirmou ontem que em momento algum o rapaz disse que o pai tinha câncer.
``O que importa, em relação ao motivo da ação, é que o pai desconfiava dos diagnósticos médicos e achava ter câncer", disse.
Nenhuma das duas armas do advogado morto, uma pistola calibre 7,65 mm e um revólver calibre 32, tinha registro na Divisão de Produtos Controlados da Polícia Civil.
No depoimento à polícia, A.F.T. disse que usou o revólver calibre 32 porque não sabia como destravar a pistola -a trava impede tiros acidentais. No revólver, foram achadas três cápsulas com balas deflagradas.
Mas Silva levou quatro tiros -um nas costas, de cima para baixo, um no ouvido esquerdo, também de cima para baixo, um no braço e outro no ombro.
O diâmetro das balas do 32 e do 7,65 mm são iguais. A perícia encontrou um projétil dentro do corpo do advogado. Esse projétil será confrontado com outros disparados por essas armas para saber qual delas foi usada no crime.
A.F.T. será apresentado por sua mãe à Vara da Infância e Adolescência. A lei prevê desde acompanhamento psicológico até a internação para um adolescente que comete um crime.

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