São Paulo, sábado, 29 de julho de 1995
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Júri condena mãe à prisão perpétua

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

A norte-americana Susan Smith, 23, foi condenada ontem à tarde à prisão perpétua por ter matado seus dois filhos -Michael, 3 e Alex, 1- em 25 de outubro do ano passado.
O júri só precisou de duas horas para determinar a pena. A decisão foi unânime. Se não fosse condenada à prisão perpétua, Susan seria executada.
Quando o resultado foi anunciado, ela começou a chorar e foi abraçada por seus dois advogados, Judy Clarke e David Bruck.
Segundo Bruck, Susan estava ``aliviada" com a decisão do júri.
``Ela sabia que sua mãe e o resto da família não suportariam vê-la ser condenada à morte. Por isso o alívio", disse Bruck em entrevista minutos depois do veredicto.
Segundo Bruck, Susan continua sendo uma suicida em potencial. ``Ela está aliviada por sua família, mas não ficou pessoalmente feliz com o resultado."
Logo após ser condenada, Susan foi levada por oficiais para a cela. Daqui a 30 anos ela poderá ter liberdade condicional.
O advogado dela, David Bruck, usou a Bíblia para convencer os jurados. "Atire a primeira pedra aquele que está livre do pecado, citou, para um júri composto de evangélicos praticantes.
O ex-marido de Susan, David, pai dos meninos, se disse desapontado. Desde o começo do julgamento (em 10 de julho), ele deixou claro que torcia para que a ex-mulher fosse condenada à morte.
Ontem, o livro que David Smith escreveu sobre seu casamento com Susan e o assassinato dos filhos começou a ser vendido nos EUA.
Houve fila na porta de algumas livrarias. O título do livro é ``Minha Vida com Susan Smith."
O juiz William Howard, da corte de Union (Carolina do Sul), afirmou que a decisão do júri foi ``moralmente correta".
Já o promotor Tommy Pope disse que o veredicto foi um erro. ``O crime praticado por Susan Smith é o mais hediondo que existe. Ela merecia morrer."
Em 25 de outubro, Susan prendeu os dois filhos pelo cinto de segurança no banco de trás do carro e empurrou o veículo no lago.
Em seguida, disse que um homem negro havia sequestrado os garotos e roubado o carro. Durante nove dias, o país inteiro se comoveu com os apelos de Susan para que as crianças fossem devolvidos.
Diante da pressão da polícia, Susan confessou que ela havia matado os dois. O motivo teria sido a carta de um ex-namorado dizendo que não queria as crianças.

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