São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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Cotia Trading investe em material escolar importado

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Lápis, canetas e borrachas vão conviver lado a lado com carros, aço, frangos e minérios na pauta de comércio exterior da Cotia Trading, a maior empresa do setor na América Latina, com faturamento de US$ 700 milhões em 1994.
A Cotia assinou, há 15 dias, contrato com a Berol (uma das maiores empresas de material escolar dos EUA e líder na produção de lápis grafite) para ser a representante exclusiva no Brasil.
Até o final deste ano, a Cotia deve investir entre US$ 2,5 milhões e US$ 3 milhões na importação das linhas de materiais escolar e de escritório, produzidos nos EUA. Para 1996, a meta é mais ambiciosa e deve chegar a US$ 25 milhões. Este volume deve tornar a Cotia a maior importadora individual no Brasil de materiais para escolas e escritórios.
Paulo Roberto Ferreira, diretor da Cotia, conta que a empresa aposta no potencial deste mercado, estimado em cerca de US$ 300 milhões anuais e liderado pela Faber Castell. ``Nossa meta é ocupar, já em 1996, o segundo lugar entre as empresas que vendem material escolar e de escritório".
Joseph Tutudjian, vice-presidente da empresa, diz que a idéia é convencer os executivos da Berol a investirem em uma fábrica no Brasil. A estratégia da vice-liderança está baseada em três pontos. O primeiro é que a principal concorrente da Faber Castell é a Labra, de Curitiba, que atualmente enfrenta problemas financeiros.
O segundo ponto é uma agressiva política de distribuição dos produtos. ``Já temos 24 empresas representantes", diz Ferreira.
O diretor explica que a Cotia fechou acordos com as empresas líderes de setores próximos para distribuir seus produtos. A Tilibra, por exemplo, também vai vender os produtos Berol.
Por último, segundo Ferreira, a Cotia deve manter o mesmo marketing desenvolvido pela Berol nos EUA. A marca Berol será mostrada aos distribuidores de material escolar e de escritório na Escolar, feira para o setor, realizada em setembro em São Paulo.

Concorrente
Na Faber Castell, líder que detém entre 70% e 75% do mercado de lápis, a informação é que a empresa está preparada para a concorrência internacional.
``Desde a abertura do mercado, em 1990, que sabemos que as marcas estrangeiras chegarão. Nossa preocupação é que os produtos tenham preços normais sem `dumping' (preços abaixo do custo de produção)", diz Sandra Camila Dante, gerente de propaganda da empresa.
Com faturamento anual ao redor de US$ 110 milhões, a Faber Castell exporta produtos para 80 países.

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