São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mensalidade não deve subir neste semestre

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pais, mães e alunos que pagam escolas particulares têm um motivo de preocupação e um de tranquilidade no segundo semestre letivo de 95, que começa hoje.
A preocupação é quando chegar a hora das matrículas do ano que vem, em torno de setembro ou outubro: ninguém sabe dizer como -nem quanto- as escolas vão reajustar seus preços.
A tranquilidade é que, pelo menos até dezembro, não devem ocorrer reajustes nas mensalidades -ao contrário do que aconteceu no primeiro semestre.
Com as leis e medidas provisórias do governo de Fernando Henrique Cardoso na área econômica, as escolas particulares adquiriram uma liberdade para fixar preços inexistente desde os anos 80.
Os próprios donos de escola estão preocupados com a chamada ``lei de mercado" -se aumentam muito os preços, perdem alunos.
Para fixar o valor das mensalidades do ano que vem ``as escolas têm que ter sensibilidade", afirma Sylvio Gomide, 42, presidente do Grupo - Associação de Escolas Particulares. ``O salário dos pais não está aumentando muito", diz.
``Se a escola oferecer novos serviços, pode cobrar mais. Mas não vai poder fugir da lei de mercado", diz Gabriel Rodrigues, 62, presidente do Semesp (sindicato das faculdades particulares de SP).
Hoje, a legislação permite que as escolas -de qualquer nível de ensino- aumentem seus preços apenas uma vez a cada 12 meses.
Como foi feito no primeiro semestre, o aumento pode ser dividido em dois meses ou até quatro, como ocorreu com muitas escolas filiadas ao Sieeesp (o maior sindicato das escolas particulares de 1º e 2º grau).
O Grupo, por exemplo, quer que as escolas ofereçam duas alternativas aos alunos na matrícula: ou pagam uma mensalidade fixa a partir de janeiro, que incorpore a previsão de aumento dos professores em março (data-base da categoria), ou começam pagando um valor e, em março, têm aumento.
Mas as associações de pais e alunos não acreditam muito na ``sensibilidade" das escolas.
``Na prática, cada um vai fazer o que quiser", afirma Mauro Bueno, 41, da Associação Intermunicipal de Pais e Alunos.
``Tenho a impressão de que a coisa vai explodir, e não só na educação", acrescenta, sobre o aumento de preços.
``Acredito que o governo não pode congelar, mas não pode deixar sem lei nenhuma", afirma Hebe Tolosa, da Associação de Pais e Alunos do Estado de São Paulo.

Texto Anterior: Mulher apaixonada não se previne contra Aids
Próximo Texto: Fracassa último dia de reposição em escola
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.