São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
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Garota que viu mãe ser estuprada e morta depõe

Polícia divulga retrato falado 2 dias depois do crime

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A filha da corretora de imóveis Lucicleide de Souza França, 36, que viu sua mãe ser morta e estuprada, contou ontem detalhes do crime ao delegado Nelson Rodrigues, do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Após o depoimento, a polícia divulgou o retrato falado do acusado do crime, que aconteceu na noite do último sábado, no Morumbi (zona oeste de SP).
O depoimento de J.C.F.J, 7, só foi possível com a mediação do seu pai, o empresário Jamerson Costa Jordão, 38, que ouvia as perguntas do delegado Rodrigues e as repassava cuidadosamente para a filha.
A garota contou, segundo o delegado Rodrigues, que no sábado, por volta das 20h30, ela e sua mãe foram ao hipermercado Paes Mendonça, na marginal Pinheiros, para ``comprar uma bíblia" para um amigo da família, que fazia aniversário naquele dia.
A corretora parou seu Santana vermelho no estacionamento do hipermercado. Quando saiu com a filha, um rapaz moreno, medindo cerca de 1,75m de altura, se aproximou armado e mandou que as duas entrassem no veículo.
O rapaz ordenou que Lucicleide dirigisse o carro. A garota se sentou no banco da frente, ao lado da mãe, e ele ficou atrás apontando a arma para a corretora.
O homem orientou Lucicleide a ir em direção ao estádio do Morumbi. Em seguida, mandou que ela parasse o carro em uma rua pequena e sem saída ao lado do colégio Porto Seguro. A rua é uma travessa da rua Engenheiro João Ortiz Monteiro.
No local, o rapaz estuprou a corretora e a matou com três tiros no rosto. Depois, jogou Lucicleide no córrego ao lado da rua e partiu com a garota no carro.
Na fuga, ele bateu o Santana no muro da escola e fugiu a pé, deixando a menina dentro do carro. A garota foi acolhida por um rapaz minutos depois.
A polícia encontrou no banco traseiro do Santana a carteira da corretora com uma nota de R$ 50,00, seu relógio, um colar de pérolas e um broche.
O pai da menina, Jamerson Costa Jordão, disse que a ex-mulher foi vítima de ``um crime cruel". Jordão veio de Recife (PE), onde vive há três anos e meio com outra mulher.
Ele afirmou que retornaria esta semana a Recife com J.C.F.J e suas duas irmãs.
Jordão contou que, durante esses anos que esteve separado da mulher, telefonava cerca de três vezes por semana para as filhas.

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