São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995 |
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IML diz que advogado tinha 3 doenças
MARCELO GODOY
Silva foi morto no último dia 22 em seu apartamento, na Aclimação (região central). O estudante A.F.T.S., 15, filho do advogado, assumiu o crime e disse que matou o pai para aliviar seu sofrimento. Segundo a família, Silva desconfiava ter câncer e tinha constantes crises caracterizadas por azia, falta de ar e tosse. O laudo dos médicos legistas Cláudio Cavalcanti e João Felício Filho constatou que Silva tinha aterosclerose, miocardioesclerose e esteatose hepática. A aterosclerose é o semi-entupimento de artérias que pode ser causado por acúmulo de gordura. A miocardioesclerose é o enfraquecimento do músculo do coração e pode provocar falta de ar. A esteatose hepática é o acúmulo de gordura no fígado, que o faz crescer. Ela pode ser causada pelo consumo de bebidas alcoólicas. O IML não constatou câncer no advogado e determinou que Silva foi morto com cinco tiros. Até então, a polícia pensava que Silva havia sido morto com quatro tiros. A primeira bala perfurou as costas e se alojou no pulmão. Essa foi a única que atingiu um órgão vital. Dois tiros acertaram o ombro esquerdo. Um atravessou o corpo e o outro ficou alojado em Silva. Um outro disparo acertou o supercílio esquerdo. A bala não penetrou o crânio e, correndo ao redor dele, saiu perto da orelha esquerda. A última bala acertou de raspão o braço direito. Ontem, o investigador Carlos Alberto Domingues, 40, cunhado de Silva, foi ouvido pelo delegado Osmar Ribeiro Santos, 35, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Segundo Santos, Domingues disse que A.F.T.S. passara uma semana em sua casa em Sorocaba (a 87 km de SP) antes do crime. Ele levou o sobrinho à casa dos pais no dia do crime. Segundo Domingues, durante o tempo que passou em sua casa, A.F.T.S. teve um comportamento ``normal" e não teria demonstrado preocupação ou aflição com a saúde do pai. O investigador disse que ficou surpreso quando A.F.T.S. assumiu o crime. Também afirmou que o rapaz não lhe confidenciou nada. Texto Anterior: Hipermercado não é responsável, diz advogado Próximo Texto: `Ele só desabafou no escritório' Índice |
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