São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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Governo pode limitar entrada de dólares

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo poderá adotar medidas para limitar o ingresso de capital externo se o fluxo de moeda estrangeira não cair nesse mês. A Folha apurou que a avaliação atual é que ocorra uma queda no ingresso dos recursos externos, mas não estão estão descartadas medidas restritivas.
A equipe econômica já está usando dois instrumentos para reduzir o ingresso de capital externo: 1) a redução da taxa de juros, iniciada já na semana passada, e 2) pequenas desvalorizações do real.
Se isso não der resultado, há outras alternativas já em estudo pelo Banco Central. O valor máximo dos compromissos em dólares que os bancos podem assumir (posição vendida) pode ser reduzido. Hoje, o limite é de US$ 5 milhões.
Outra alternativa é mudar as regras de financiamento das importações, de forma a dificultar esta operação que atrai capital externo.
Para o curtíssimo prazo, porém, não há medidas prontas para serem lançadas. O presidente do BC, Gustavo Loyola, negou o estudo de novas regras nesse sentido na última segunda-feira.
O resultado do mercado de câmbio de taxas livre no mês passado foi um superávit de US$ 3,983 bilhões -um recorde histórico. No mercado flutuante, a estimativa é que houve um saldo positivo de US$ 1,8 bilhão.
O desempenho do mercado de câmbio, aliado ao ingresso de recursos obtidos com a emissão de títulos pelo governo brasileiro, aumentaram o saldo das reservas internacionais para algo entre US$ 37 bilhões e US$ 40 bilhões atuais.
A avaliação do governo é que só será possível saber o comportamento do mercado de câmbio depois dos 15 primeiros dias de agosto.

Fuga maciça
A SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) realizou ontem de manhã um seminário para discutir a possibilidade de fuga maciça de capitais e prepara outro para o fim do mês.
O objetivo é estudar a criação de mecanismos internacionais que protejam os países do capital especulativo.

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