São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995 |
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Nélida prepara livro sobre a Espanha
RONI LIMA
``Fiquei muito contente, muito satisfeita, porque é o primeiro grande prêmio que recebo na vida", diz Nélida, imortal da ABL (Academia Brasileira de Letras). Nélida tem 12 livros publicados (oito romances, três de contos e um de reflexões). Ela é autora, entre outros, do épico ``A República dos Sonhos" (de 1984) e de ``A Doce Canção de Caetana" (87). Seus livros já foram traduzidos em 15 línguas. Desde o anúncio oficial da premiação, na segunda-feira, a escritora não parou de dar entrevistas para jornais e tevês de países da América Latina e da Espanha. ``É maravilhoso, um honra para nós brasileiros", afirma. O prêmio anual diz respeito não só à literatura de países da região -de línguas francesa, espanhola, inglesa e portuguesa-, mas de Portugal e Espanha, na península Ibérica. No comunicado que recebeu dos nove jurados do prêmio, Nélida Piñon é classificada como autora de ``memoráveis livros de contos e de novelas". Uma obra que, segundo eles, ``interroga e recria os mundos da realidade histórica e da experiência imaginária da íbero-américa, em particular de seu país." O prêmio é promovido por 14 entidades públicas e privadas do México, como a Universidade de Guadalajara e o Conselho para a Cultura e as Artes, do Ministério da Cultura do país. Este ano, segundo Nélida, concorreram 110 escritores, alguns deles grandes nomes da literatura. A escritora, porém, se recusa a dar o nome dos concorrentes. ``Seria deselegante falar." Ela demonstra orgulho por ter sido escolhida por um júri de oito escritores homens e, apenas, uma mulher -Maria Kodama, viúva do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). ``Ela é uma das mulheres mais cultas deste continente", diz Nélida. Fizeram parte do júri, entre outros, o peruano Julio Ortega e o norte-americano Raymond L. Williams. Nélida receberá o prêmio em 24 de novembro, durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara. Ela já tem planos para gastar o gordo prêmio de US$ 100 mil. Vai guardar o dinheiro para poder escrever com mais tranquilidade o seu próximo romance, que demandará uma pesquisa na Espanha sobre o século 16. ``Não quero trabalhar e viajar tanto para isso", diz Nélida, que vive dando palestras pelo mundo e, de janeiro a maio, leciona literatura comparada na Universidade de Miami (EUA). Texto Anterior: Conheça as favoritas na final do Elite Model Look Próximo Texto: Escritora é a primeira mulher a ganhar prêmio Índice |
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