São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
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Oito são assassinados em SP e Rio

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DO RIO; DO NP

Oito pessoas foram mortas em chacinas ocorridas na quarta-feira e ontem no Rio e em São Paulo.
Na Grande São Paulo, três homens foram mortos a tiros ontem na 33ª chacina registrada neste ano na região. O crime aconteceu às 4h30, em frente a um bar no bairro Veleiros (zona sul de SP). Morreram o vigia José Paulo da Silva, 42, seu colega de trabalho Gérson Baldini, 29, e Marcelo de Sousa Lima, 23, filho do dono do bar.
Segundo amigos de Silva, também conhecido como ``Bigode", o vigia teria uma amante, não identificada, em uma favela próxima. Os amigos, que não se identificaram, disseram que Silva costumava bater na amante. Ela teria se queixado das agressões a amigos e teria jurado vingança.
``Há algumas semanas ele começou a se queixar de que estava sendo ameaçado de morte por esse pessoal", disse um amigo.
Os outros dois mortos eram amigos de Silva e aparentemente morreram para não servirem como testemunhas do crime.
Silva e Baldini trabalhavam à noite como vigias de empresas da região. Silva fazia o serviço havia seis anos. Tinha uma equipe de quatro pessoas.
Lima tinha sido demitido havia dois meses de uma empresa de peças para bicicletas, que funciona ao lado do bar de seu pai. Ele esperava ser recontratado.
``Enquanto a firma não o chamava, ele me ajudava no bar. Na quarta, eu saí às 22h e ele me disse que ficaria até mais tarde", disse o pai de Lima, Mariano, 52.
Segundo o delegado Jurandir Sant'Anna, da coordenadoria de chacinas da Polícia Civil, não há pistas dos assassinos.
No Rio, quatro mulheres e um homem foram mortos a tiros na noite da última quarta dentro de uma casa em Duque de Caxias (Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio).
Paulo Cesar da Silva, 25, que, segundo o delegado da 62ª DP, pode ter motivado a chacina, está internado em estado grave.
Numa das janelas da casa onde moravam Elisete Alves de Nazaré, suas duas filhas e dois netos, os matadores pintaram as iniciais CV (marca da facção criminosa Comando Vermelho). A polícia suspeita de ``queima de arquivo".
Silva costumava frequentar a casa de Elisete. Duas crianças estavam num cômodo fora da casa e nada sofreram.

*Colaborou o NP.

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