São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Londres quer ações de ex-estatais brasileiras

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de Londres quer atrair para seu pregão global ações de empresas brasileiras, principalmente das recém-privatizadas ou em processo de privatização.
A mensagem é de Chistopher Walford, que exerce o cargo honorário de ``Lord Mayor" (prefeito) da ``City", o centro financeiro de Londres.
A principal missão de um ``Lord Mayor", um prefeito sem funções administrativas, é atuar como embaixador do mercado de capitais e de serviços financeiros de Londres.
Ao encerrar, na semana passada, em São Paulo, uma visita a quatro países da América Latina (México, Colômbia, Equador e Brasil), Walford disse à Folha que a ``City" quer tirar de Nova York a posição de principal centro fornecedor de capitais financeiros para o Brasil.
Lançando uma campanha agressiva para atrair empresas brasileiras para a Bolsa de Londres, Walford foi proverbial: ``Não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta".
``Londres, o maior centro internacional de ações, é o lugar lógico para as empresas brasileiras levantarem o capital adicional, ao menor custo em comparação com Nova York, para a expansão de suas atividades", disse.
Há mais títulos estrangeiros listados em Londres do que em qualquer bolsa de valores em todo o mundo. Ações de 460 empresas estrangeiras, duas vezes mais do que na Bolsa de Nova York, são negociadas na Bolsa de Valores de Londres.
Outra vantagem, segundo Walford, é que a Bolsa de Londres aceita todos os sistemas contábeis internacionais para as empresas com ações listadas na instituição.
O menor custo das operações em comparação com as bolsas de Nova York e de Tóquio é uma arma da estratégia de Londres para conquistar a preferência das empresas estrangeiras.
O custo para listar ações em Londres é de US$ 73,6 mil e para ``depositary receipts" (recibo de subscrição de ações) de US$ 6,4 mil. A taxa anual para ações é de US$ 19,2 mil em comparação com a taxa anual de US$ 800 mil em Nova York.
O valor dos negócios com ações de empresas estrangeiras, no ano passado, na Bolsa de Valores de Londres (US$ 864 bilhões) foi superior ao volume de negócios com ações de empresas britânicas (US$ 720 bilhões).
O valor total das transações na Bolsa de Londres em 1995 (US$ 1,56 trilhão) é igual a cerca de três vezes o PIB do Brasil. O PIB (Produto Interno Bruto) é a medida do que o país produz por ano.

Texto Anterior: Acordos afastam Mercosul de seu objetivo
Próximo Texto: Maciel vira interlocutor de FHC junto a empresários
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.