São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995 |
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Maciel vira interlocutor de FHC junto a empresários JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO; ANDREW GREENLEES
A pedido do próprio Fernando Henrique, o vice Marco Maciel tem ajudado o presidente no contato com empresários. Ele transmite a seus interlocutores informações sobre o governo e recebe deles relatos sobre a situação da economia real em diversos setores. Desde a posse, em janeiro, Maciel já teve cerca de dez encontros com pesos-pesados da indústria, do comércio e do mercado financeiro em São Paulo -seu lugar preferido para conversas. Na segunda-feira passada, por exemplo, Maciel esteve com representantes do Sindipeças (sindicato das indústrias de autopeças). Sua agenda já incluiu a Fiesp, a Bolsa de Mercadorias e Futuros, a Bovespa, a Federação do Comércio e um seminário internacional promovido pelo banco Indo-Suez sobre investimentos no Brasil. Também já esteve duas vezes com empresários em almoços no Hotel C'a D'Oro, já apelidado de ``Palácio do Jaburu paulista", referência à residência oficial do vice-presidente, em Brasília. Num dos encontros, esteve acompanhado do secretário da Receita, Everardo Maciel, seu primo. Em outro, estava, por exemplo, Antonio Ermírio de Moraes. Maciel minimiza o significado das reuniões: ``São contatos rarefeitos. Não quero o título de interlocutor dos empresários". Na verdade, não quer é despertar ciúmes dentro do governo por sobrevoar um reduto dos tucanos paulistas. O vice, entretanto, mantém as portas abertas. ``Acho que tenho o dever de recebê-los, ouvir, me informar. É importante o diálogo." Nos encontros, prefere ouvir a falar. Os interlocutores expõem os problemas de seus setores e comentam a situação econômica. Maciel diz que o governo procura estabilizar o ritmo da produção. Maciel costuma repetir que o governo considera as reformas constitucionais fundamentais para a estabilidade econômica. No segundo semestre, diz, a prioridade serão as ``reformas patrimoniais": a tributária, a fiscal, a administrativa e a previdenciária. Maciel procura tranquilizar os interlocutores sobre o ritmo das privatizações, dizendo que ganharão ``nova velocidade" no segundo semestre. Também não perde a chance de falar da necessidade da reforma política. Texto Anterior: Londres quer ações de ex-estatais brasileiras Próximo Texto: Política recessiva ameaça base governista Índice |
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