São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Associação de Aids apóia acordo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Os principais propagandistas dos acordos viáticos são as associações que representam os direitos dos pacientes de Aids.
``Nós apoiamos integralmente esse tipo de negócio como uma opção a mais para o portador de HIV", disse à Folha Troy Petenbrink, diretor da Associação Nacional de Pessoas com Aids.
O uso que os aidéticos fazem do dinheiro que recebem é variado. Mas Petenbrick acha que a maior parte é gasta em medicamentos (não cobertos pela maioria dos seguros) e terapias alternativas.
É claro que muitos usam o dinheiro em viagens, presentes, jantares em restaurantes de luxo ou a realização de desejos antes impedidos por restrições orçamentárias.
Rob Haynie, diretor da Escrow Medical Society, empresa que compra seguros, afirma que não se considera um "abutre", mas sim um agente de afirmação da vida. "Nós fornecemos ao doente terminal uma mercadoria de que ele necessita muito: dinheiro para gastar e aproveitar o que lhe resta, para beneficiar as pessoas de quem gosta ou ainda para aliviar seu sofrimento", argumenta.
As pessoas que vendem seus seguros de vida pagam imposto pela transação. Assim, em geral, um seguro no valor de U$ 150 mil acaba rendendo para o doente cerca de U$ 70 mil, descontados o lucro do comprador e os impostos.
Quem em geral não gosta do negócio são os parceiros dos aidéticos, candidatos naturais à condição de beneficiários dos seguros.
Além disso, são eles que, na fase final da enfermidade, têm que responder aos telefonemas periódicos feitos pelos investidores viáticos que desejam saber se já podem resgatar o dinheiro.
(CELS)

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