São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Qualidade aumenta produção da CSN

DA REPORTAGEM LOCAL

O fornecimento de aço pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) à indústria automobilística cresceu 276,9% em um ano, obtendo 36% desse mercado.
Depois de privatizada, com 20% das ações sobre o controle dos funcionários, o faturamento da empresa, que crescia desde 1990, alcançou US$ 2,3 bilhões em 94.
Desde meados de 92, quando já vinha sendo preparada para a privatização, a CSN, situada em Volta Redonda (RJ), começou a desenvolver o programa de padronização do TQC (Controle da Qualidade Total).
Menos de um ano depois, na mesma ocasião em que foi privatizada, a empresa obteve a certificação ISO 9002, um certificado que confere qualidade à empresa desde a linha de produção até a distribuição dos produtos manufaturados.
Virginio Augusto Ferreira Coutinho, coordenador de qualidade da CSN e assessor da presidência, em palestra na Folha na última segunda-feira, na série ``A Busca da Qualidade Total", disse que esse programa contribuiu decisivamente para que a siderúrgica produzisse mais e ganhasse mercado.
Em dezembro de 94 a CSN conquistou o certificado ISO 9001, o mais cobiçado pelas grandes empresas de todo o mundo, principalmente as exportadoras.
A ISO 9001, a mais completa do conjunto de normas ISO 9000 (vai de 9000 a 9004), garante a qualidade em todos os processos da empresa, desde o projeto até a assistência técnica.
A certificação ISO fez a empresa aumentar as vendas e ter mais aceitação no mercado mundial. ``Este documento tem a força de um abono para a empresa fechar negócios", afirmou Coutinho.
O sucesso obtido pela CSN, porém, não se deve só a certificação. Coutinho lembrou que as normas ISO 9000 são apenas ferramentas para se chegar à qualidade total.
``Quem pensa que o trabalho termina com a certificação comete um grande equívoco, correndo o risco de perder tudo o que foi feito", disse ele.
A CSN exportou 25% dos 4,64 milhões de toneladas de aço líquido produzidos no ano passado. A quantidade de aço exportada já chegou a 70% do volume de produção em épocas de crise econômica no Brasil.
Em 94, a aciaria atingiu pela primeira vez sua capacidade de produção estipulada no projeto, embora o potencial seja de 5,9 milhões de toneladas/ano. O consumo de energia elétrica, matéria-prima fundamental para a produção de aço, chega a US$ 6 milhões por mês na CSN.
O grande segredo da qualidade total na CSN, segundo Coutinho, foi desenvolver o trabalho em parceria com os funcionários, clientes, comunidade, fornecedores, acionistas e sindicatos.
Para pôr em prática o aprendizado de trabalhar em parceria, a CSN decidiu transferir para seus fornecedores da região sul fluminense seus conhecimentos de qualidade.
Outro resultado da parceria, dessa vez com os 4.659 funcionários da empresa, foi a construção e entrega de 4.166 casas até o fim de junho.

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