São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Razões culturais também explicam onda de calotes

Inflação baixa estimula o consumo e o endividamento

DA REDAÇÃO

O matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho, há anos lidando com juros, está intrigado com a onda de calotes no Plano Real.
Por observação pessoal, ele atribui isso a fatores culturais e psicológicos. Com a estabilidade, as pessoas se sentem mais seguras no emprego e são levadas ao consumo e às dívidas.
Os assalariados estavam acostumados com reajustes salariais periódicos e isso permanece no subconsciente. Acham que dali a dois ou três meses a prestação vai pesar menos.
Outro motivo, arrisca ele, foi a subavaliação do dinheiro. ``Quem dava gorgeta de CR$ 500 ou CR$ 1.000 passou a dar de R$ 1,00, R$ 2,00 e até R$ 5,00", afirma, lembrando que CR$ 1.000 viraram R$ 0,36.
Dinah Barreto, do Procon-SP, concorda com Dutra e também aponta razões culturais para explicar a onda de calotes.

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