São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Entenda o projeto dos Annales

SHEILA SCHVARZMAN
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Escola dos Annales surgiu em 1929, na França, a partir da criação de uma revista dirigida pelos historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre. Suas críticas se dirigiam à história factual, positivista e patriótica que então se produzia.
Os "pais fundadores", influenciados pela sociologia de Durkheim e pelas ciências sociais, propõem o abandono do acontecimento, em benefício de estudos que relacionam o homem ao seu tempo e espaço, a partir das perguntas formuladas pelo presente.
Para Bloch a história era a "ciência da mudança", mas devia estar longe da influência de ideologias e dos poderes estabelecidos.
Nos anos 50 e sob a influência do estruturalismo, Fernand Braudel introduz a noção da longa duração em que privilegia o estudo dos sistemas e não mais das mudanças.
A partir de 1968 começa a se gestar a "Nova História". O trabalho do historiador se alarga em direção aos campos do conhecimento, sujeitos e objetos inexplorados. É o "outro" revelado pela antropologia e pela psicanálise que ecoa também na história.
Essa ampliação é teorizada na obra "Fazer a História" de 1974 e dirigida por Pierre Nora e Jacques Le Goff. Essa tendência atinge enorme sucesso editorial, mas o risco da fragmentação conduz a uma "virada" crítica no interior da própria escola a partir de 1988.
(SS)

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