São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995 |
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Verba pode ser usada em obras
PATRICIA DECIA
Segundo ela, o dinheiro poderia ser usado em três ações: 1) viabilizar a volta das famílias para seus Estados de origem com a compra de passagens; 2) realização de pequenas obras de segurança pelas Administrações Regionais nas áreas sujeitas a desabamentos; 3) recuperação de áreas atingidas, com a volta das famílias retiradas. ``Ainda estamos ouvindo os vários setores envolvidos para então encaminharmos o projeto ao prefeito", diz. É que o problema dos desabrigados pelas chuvas envolve, além da Sehab, a Defesa Civil Municipal e as secretarias das Administrações Regionais e da Família e Bem-Estar Social. Maria diz que a verba é insuficiente para compra de lotes. ``No Capão Redondo (zona oeste), um lote regularizado sai por R$ 10 mil. Não teria cabimento comprar em loteamentos clandestinos." Os mutirões são descartados pela superintendente com o mesmo argumento: custos. ``Não há terrenos e uma unidade em mutirão não sai por menos de R$ 8.000." Segundo Maria, há 35 mil famílias vivendo em áreas de risco na cidade de São Paulo. ``Enquanto não conseguirmos reduzir esse déficit haverá casos desse tipo", diz. Ela ``se recusa" a concordar com o aumento da verba para a compra de barracos. ``Não podemos entrar na especulação imobiliária dentro das favelas." Aliás, segundo ela, a Sehab não ``compra" os barracos. ``Não existe nenhum contrato ou título de compra e venda. Nós só damos uma ajuda de custo para o morador que dispõe do barraco", diz. Maria afirma ainda que não existe atualmente nenhum programa de atendimento com moradia definitiva, para a população de áreas de risco. Na sua opinião, seria preciso construir ``equipamentos permanentes para abrigo provisório", ou seja, alojamentos com parte sanitária e área de alimentação capazes de acomodar um grande número de pessoas. Texto Anterior: Sem-teto ocupam abrigo há 7 meses Próximo Texto: Casal mora em quarto de centro cultural com 4 filhos Índice |
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