São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995
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Fisiculturista vê clima carinhoso no estádio

ROGERIO SCHLEGEL
DO ENVIADO A RIBEIRÃO PRETO

A fisiculturista Betty Tessuto, 32, tricampeã paulista na modalidade média (para atletas com peso entre 52 e 57 kg), foi a melhor prova do clima de cordialidade presente ontem nas cadeiras do estádio Santa Cruz.
Betty provocava gritos por onde passava com seu corpo de, atualmente, 70 kg distribuídos por 1,65 m de altura.
``Eles gritam meu nome, o que acho uma coisa carinhosa", afirmou Betty, que é de Ribeirão Preto e era reconhecida por onde passava.
Ela acredita que seus músculos costumam assustar, mas, até o final do jogo, não havia sofrido nenhuma ``provocação".
``Já assisti jogos na França e gosto mais da torcida brasileira, que é mais calorosa", diz.
``O problema é quando o sangue quente que gera o calor humano se volta para a violência."
Betty afirma que não entende tudo que acontece durante a partida, mas acredita na sua ``sensibilidade e santa ignorância". Ela diz acompanhar o jogo pelo ``sentido geral": quem está mais no ataque está em vantagem.
A fisiculturista disse que tem intimidade com o estádio vazio. Diariamente, faz meia hora de um exercício conhecido como escadaria, subindo e descendo as arquibancadas do estádio do Comercial, também em Ribeirão Preto.
Em matéria de futebol, também já foi convidada para integrar um time feminino. Disse que só toparia se fosse para ser goleira.
Durante a partida, Betty disse não estar exatamente torcendo por nenhuma das equipes. Apenas estava ``solidária" ao Corinthians.
``O Brasil tem o espírito corintiano e a sua torcida é sinônimo de sofrimento, de luta e vontade de vencer, o que aprecio."
(RS)

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