São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Grande final de um campeonato menor

Taça vai para o endereço certo
MARCELO FROMER e NANDO REIS

MARCELO FROMER; NANDO REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ainda são 11h40 de um domingo gelado e a expectativa para a grande final já começa a tomar corpo.
Esta coluna, que sempre se esforça para se manter viva e atual, hoje tem o privilégio de ser concebida no domingo.
Por isso mesmo, está relacionada com a partida decisiva que define o campeão deste miserável Campeonato Paulista.
Miserável sim, porque, por mais bela e acolhedora que seja a cidade de Ribeirão Preto, esta final deveria ser disputada em um estádio da capital.
E mais. Em um gramado decente, que permitisse que a técnica suplantasse qualquer outro tipo de dispositivo.
Mas, não só por isso, este foi um campeonato ruim.
Tomara que, no ano que vem, a Federação Paulista de Futebol use a cabeça para bolar o torneio e não as coxas.
Os dois times se equivalem, e, por isso mesmo, o imprevisível estará em campo dando o ar de sua graça, desafiando qualquer prognóstico, qualquer palpite.
Agora, é aguardar o momento do pontapé inicial.
Foi um primeiro tempo parelho, bem jogado, mas ainda com os times cautelosos.
O nervosismo de Viola quase põe o Corinthians em desvantagem no início do jogo.
O Palmeiras parecia melhor, mas, em pouco tempo, o alvinegro mostrou-se mais ágil e objetivo.
Contra as estocadas alviverdes, a seriedade de Célio Silva e a tranquilidade de Ronaldo, Cléber, Antônio Carlos e Velloso garantiam a cidadela palestrina.
Para uma decisão, um excelente primeiro tempo, equilibrado, bem jogado, mas o gramado, sem dúvida, não ajudou em nada.
São 16h52. Um segundo tempo eletrizante é o que esperamos de uma partida que poderá ter quatro tempos.
Um início agudo de segundo tempo, com Ronaldo fazendo uma bela defesa na bomba de Roberto Carlos, anunciava um Palmeiras mais decidido, mais objetivo.
Em uma triangulação, Roberto Carlos, Rivaldo e Nílson, o novo matador de Ribeirão botou para o fundo das redes com categoria.
Mas quem tem Marcelinho e uma falta na entrada da área tem mais de meio gol, tem um gol inteiro: 1 a 1.
A verdade é que, durante o tempo normal, o empate foi o resultado mais justo. O juiz esteve perfeito, coisa rara por esses lados, e os dois times fizeram um belo segundo tempo.
Na prorrogação foi a garra quem empurrou os dois times. O empate ainda seria o resultado mais justo.
Mas aquele tiro desferido por Elivélton mostrou que a taça foi para o endereço certo, o Parque São Jorge.
Tudo ok. As duas últimas foram para o Parque Antarctica.

Cartas para esta coluna podem ser enviadas para a Editoria de Esporte, al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo, SP, CEP 01290-900.

Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos da banda Titãs

Texto Anterior: CAMAROTE
Próximo Texto: Liberação de atletas opõe técnico Zagallo a torcedores japoneses
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.