São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995
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Autor quer ver assunto discutido em família

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A situação vivida pela família do químico A.P., 22, foi ``tramada" por Sílvio de Abreu, autor da novela ``A Próxima Vítima".
Ele conta que, ao colocar o homossexualismo no horário nobre, quis que o assunto fosse discutido pelas famílias que assistem à novela.
``Quero que o homossexualismo seja encarado com naturalidade", diz. Ele se inspirou no caso de alguns amigos para escrever as cenas.
``Conheço muita gente que saiu de casa, quando os pais descobriram que eles eram homossexuais e acabaram caindo na marginalidade", diz.
O novelista acredita que o homossexualismo na adolescência, se tratado com carinho, pode até não deixar traumas.
Segundo ele, a reação da personagem Ana, que se preocupa com o filho, mas acaba aceitando sua opção, ``é a reação de uma mãe que ama o filho e quer que ele seja feliz".
Ele diz que escolheu dois personagens adolescentes para mostrar a questão, porque é nessa idade que a sexualidade se define. ``É natural que os adolescentes gays fiquem em uma encruzilhada".
``A reação das pessoas à trama tem sido muito boa. Isso só é possível hoje, quando as pessoas estão mais dispostas a ouvir. Antigamente esse tema não seria aceito", diz ele.
(AL)

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