São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995
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Congresso pede apuração

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Alexandre Cardoso (PSB-RJ) apresentou ontem cópia de um ofício encaminhado em março do ano passado ao então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso pedindo a saída do atual secretário de Acompanhamento Econômico, Milton Dallari, que ocupava função semelhante na época.
Em março de 1994, o parlamentar era deputado estadual e presidia uma comissão de inquérito da Assembléia Legislativa do Rio criada para apurar, entre outros assuntos, a composição de preços dos produtos dos supermercados.
O ofício afirmava que Dallari, responsável no ministério pelo gerenciamento de preços, acumulava a função de consultor de preços para a Abia (Associação Brasileira de Indústria de Alimentação) e para a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
"O presidente não pode afirmar hoje que desconhecia a situação de Dallari. Ele tinha a obrigação de responder a um ofício assinado por 70 deputados estaduais do Rio de Janeiro", disse Cardoso.
O deputado encaminhou ontem um requerimento à Mesa da Câmara pedindo que FHC explique por que não respondeu o ofício.
Sérgio Amaral, porta-voz de FHC, disse ontem que o presidente não iria comentar o caso por desconhecer o documento.
O líder do governo no Congresso, Germano Rigotto (PMDB-RS), afirmou que Dallari deverá ir ao Congresso para dar explicações sobre as acusações.
A Comissão de Defesa do Consumidor deve votar hoje o requerimento do deputado Ivan Valente (PT-SP) pedindo a convocação do ministro Pedro Malan (Fazenda), do secretário Dallari, e do secretário da Receita Federal, Everardo Maciel.
O deputado quer que eles expliquem as denúncias de tráfico de influência envolvendo Dallari.
``De suposto defensor dos direitos do consumidor brasileiro, o secretário revelou-se negociador.
O líder do governo no Senado Élcio Álvares (PFL-ES) afirmou que o governo não vai acobertar qualquer tipo de irregularidade. O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou que "as denúncias são fortes e devem ser apuradas com rigor".

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