São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995
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Caetano quer verba para salvar entidade

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O cantor e compositor Caetano Veloso, 53, disse ontem em Salvador (BA) que a sociedade brasileira não pode ficar omissa às dificuldades financeiras do Projeto Axé.
``Acho que os poderes públicos deveriam liberar verbas emergenciais para cobrir o déficit do Axé", disse o compositor.
Caetano Veloso chegou à sede do Projeto Axé, no centro da capital baiana, acompanhado de sua mulher, Paula Lavigne, e de Paloma Amado, filha do escritor Jorge Amado.
O Projeto Axé cuida de mais de 3.000 crianças de rua em Salvador. Nos últimos dois meses, o projeto fechou o caixa com um défict de R$ 256 mil. Parte do prejuízo (R$ 140 mil) foi coberto com verbas liberadas por um cartão de crédito e um banco.
``Todos nós temos que lembrar que a contribuição é muito importante para os meninos atendidos pelo Axé", disse Caetano. Segundo o compositor, as gravadoras, artistas, empresários e comerciantes devem colaborar com a manutenção do Axé.
Caetano Veloso disse que uma das propostas para o Axé arrecadar mais seria a colocação de uma linha telefônica exclusiva para a doação de dinheiro. ``Os valores doados seriam debitados na conta", disse o compositor. Antes de ser entrevistado pelos repórteres de televisão, Caetano Veloso vestiu uma camisa do Projeto Axé.
O compositor disse também que os empresários não podem creditar à recessão a falta de apoio ao projeto. ``Tradicionalmente, os empresários brasileiros sempre conviveram com muito lucro e esta é uma ajuda irrisória".
Segundo o presidente do Axé, Cesare Florio de La Rocca, uma criança adotada custa R$ 90 por mês à entidade.
(LF)

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