São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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Para morador, há pouca terra

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA

O agricultor Francisco Arruda Pereira, 59, disse que a ``falta de terra para trabalhar" é a principal causa de sua miséria.
Sua família, classificada como indigente, sobrevive com R$ 100,00 da aposentadoria recebida por sua mulher, Raimunda Verônica do Nascimento, 60.
Pereira afirma que só consegue plantar quando algum proprietário cede a terra.
``No ano passado, ninguém quis me emprestar terra e minha família passou fome", afirmou.
O lavrador nunca ouviu falar do Programa da Comunidade Solidária.
Não existem dados oficiais sobre a situação fundiária em Araripe.
O padre da cidade, Raimundo Araújo da Silva, calcula que 90% das terras pertencem a dez proprietários.
Pereira vive com a mulher, quatro filhos, duas noras e dois netos numa casa de taipa (construída com barro e madeira).
A casa tem três cômodos e mede cerca de 30 metros quadrados. Não tem banheiro, geladeira, TV ou rádio.
Na terça-feira, a família não comeu nada no café da manhã. O almoço foi caldo de feijão com farinha. O jantar seria a sobra do almoço.

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