São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Boavista enxerga novos mercados

SILVIA NORONHA

Banco muda estratégia, abandona varejo e passa atuar com pequenas e médias empresas
O Boavista foi o banco mais rentável de 1994, segundo o Datafolha. Obteve 69,5% de rentabilidade sobre o patrimônio -a melhor performance desde a sua fundação, em 1924.
Este ano, a se manter no segundo semestre o desempenho verificado nos primeiros seis meses de 1995 (36,99% de rentabilidade), o banco poderá alcançar mais um recorde de sua história: 88% de rentabilidade.
O presidente do Boavista, Lineu de Paula Machado, 38, atribui o ``fantástico" resultado de 1994 à estratégia de atuar cada vez mais na área comercial.
A estratégia inclui alteração no perfil dos clientes pessoas jurídicas. O banco deixou de trabalhar no varejo e passou a dar preferência às pequenas e médias empresas.
As operações de tesouraria já foram responsáveis pela maior parte dos ganhos da instituição.
No ano passado, 50% dos ganhos foram da área de tesouraria e os outros 50% com operações de banco comercial.
No primeiro semestre deste ano, as operações de tesouraria renderam à instituição 35% do total de ganhos no período. Os outros 65% foram da área bancária.
Em tempo de inflação baixa, foi preciso se adaptar à nova realidade.
``Ainda há ganhos com câmbio, mas a estratégia é pensar em economia estável, em que o retorno não vem de ganhos com moeda e sim com operações bancárias", afirma Machado.
O patrimônio líquido do Boavista aumentou de R$ 70 milhões, em 1993, para R$ 195 milhões. Em julho deste ano, o patrimônio subiu para R$ 278 milhões -aumento de 133% em relação a julho de 1994.
Para se adaptar ao acordo da Basiléia -pelo qual os bancos não podem ter ativos superiores a 12,5 vezes o patrimônio-, o banco diminuiu seus ativos de R$ 3,88 bilhões (dezembro de 1994) para R$ 2,9 bilhões. A adaptação foi feita com a redução de captações no mercado aberto.
A carteira de empréstimos do banco atingiu, em julho deste ano, R$ 728 milhões. O banco tem 2% de créditos em liquidação. Outros 2%, referentes a dívidas de clientes inadimplentes, foram renegociados em até 18 meses.
Os recursos captados no exterior, destinados a empréstimos, aumentaram de US$ 260 milhões, em 94, para US$ 380 milhões (primeiro semestre de 95).
Para suprir inadimplências, o banco fez no balanço do primeiro semestre uma provisão de US$ 60 milhões.
Do primeiro semestre de 1994 para o mesmo período deste ano, o lucro líquido subiu de R$ 34,43 milhões para R$ 102,8 milhões.

Texto Anterior: Real fortalece Bradesco
Próximo Texto: Banco do Brasil ganha com novos fundos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.