São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Rombo é maior do que se previa, diz interventor

HELCIO ZOLINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O interventor do Banco Central (BC) no Econômico, Francisco Flávio Salles Barbosa, informou ontem à Agência Folha, que o rombo na instituição é superior aos R$ 3,3 bilhões divulgados.
Ele disse que somente hoje pela manhã, quando espera encerrar o balancete da última sexta-feira, data em que foi decretada a intervenção, é que terá a noção exata do tamanho do rombo.
Barbosa informou também que ``muitos" dos cheques que foram emitidos na sexta-feira da semana passada foram devolvidos e não pagos, por terem sido considerados ``suspeitos" pelos auditores.
Eles trabalham com a hipótese de que pessoas ficaram sabendo, antes do anúncio oficial, da decretação da intervenção e retiraram o dinheiro para escapar do limite imposto pelo governo de saques de até R$ 5.000,00.
Estima-se que o valor total dos cheques devolvidos varia entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões, sendo que alguns foram emitidos por empresas, além dos emitidos por diretores do Econômico.
Os interventores não revelaram os nomes das pessoas ou empresas que teriam efetuado os saques mais elevados e que tiveram seus cheques sustados.
Segundo o interventor, o BC ainda não definiu como os correntistas poderão retirar o dinheiro que mantinham no Econômico.
Entre as alternativas que estão sendo estudadas pelos auditores estão os saques diretos na boca dos caixas (com o limite de R$ 5.000); pagamento aos clientes por meio de ``Docs" (documentos de compensação bancária) ou crédito em conta-corrente, que poderá ser sacado por meio de cartão.
Barbosa prevê que a partir da próxima segunda-feira, quando o Econômico será reaberto para depósitos, pagamentos e saques até o limite, o banco deverá fazer um desencaixe (diferença entre depósitos e saques) de R$ 450 milhões a R$ 500 milhões.

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